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Setor de máquinas agrícolas volta ao patamar pré-crise

Apesar da quebra da safra 2015/2016, a produção de máquinas agrícolas cresceu 12% no ano passado, segundo a Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abmaq). E, no primeiro trimeste de 2017, já avançou mais 15% na comparação com o mesmo período de 2017.
"Voltamos à nossa normalidade", afirma o presidente da Câmara, Pedro Estevão Bastos. "É um crescimento esperado porque estamos diante de uma grande safra (2016/2017)", comemora.
No varejo, as empresas estão otimistas. A concessionária Horizon, autorizada da John Deere em Londrina, estima um crescimento entre 20% e 30% no primeiro trimestre. O gerente-geral Milton Garcez atribui o aquecimento ao aumento da confiança do produtor rural na economia e na política. "Quando desconfia do cenário, o produtor para de investir, mas se está confiante, ele compra", alega. Para ele, o empresário do campo é um "otimista nato".
Segundo Garcez, 98% do que a loja vende é pelo Finame, linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Os juros ainda são interessantes", alega. São 8,5% ao ano para clientes que faturam até R$ 90 milhões. E 10,5% para os maiores.
Segundo o BNDES, o Finame para aquisição de máquinas e equipamentos de forma geral teve um aumento de aprovação de 32% de janeiro a março na comparação com o mesmo período de 2016. O banco não divulgou informações específicas sobre maquinário agrícola.

PREÇO DA SOJA
O mercado cresce apesar de o preço da soja estar baixo para o produtor (R$ 55 a saca). Segundo Garcez, no entanto, isso se deve a uma super safra e, por isso, ninguém deve se queixar. "É melhor ter o cilo cheio e preço menor do que o cilo vazio com preço maior", afirma.
Jorge Lacerda Júnior, da DHL Valtra Tratores, confirma que o primeiro trimestre deste ano apresentou crescimento. "De 15% a 20%", diz ele. Mas, para isso, as concessionárias da marca tiveram de oferecer condições especiais. "O preço da soja está muito baixo. Só estamos conseguindo vender porque postergamos a entrada para 30 de setembro, quando a remuneração deverá estar melhor para o produtor. Estamos correndo atrás dos clientes", afirma.
Júnior, no entanto, não está certo de que o aquecimento das vendas irá se manter nos próximos meses. "Isso porque agora os tratores são obrigados a ter motores eletrônicos e custam de 20% a 30% mais. O que estamos comercializando são os do estoque antigo", alega.
O supervisor de compras de máquinas e equipamentos da Cooperativa Integrada, André Rabelo, diz estar com um "bom volume" de financiamentos encaminhados. "Só em maio deveremos ter mais de R$ 2 milhões de desembolso", conta. No ano passado, a área dele teve um crescimento de 9,5% e, neste ano, a meta é crescer 20%. "Apesar de o preço da soja não estar bom, a produtividade desta safra é boa. Se ocorrer tudo bem com a safrinha, acho que vamos chegar ao nosso objetivo", explica.

CLIENTE
O produtor rural Fábio Paleari está animado porque acaba de entrar num segmento que não atuava, o plantio de soja e milho. Por causa disso, teve de comprar uma colheitadeira no mês passado. Ele optou logo pela mais moderna. "Preferi pagar mais por um equipamento que oferece mais precisão. Nós. no Paraná. trabalhamos em pequenas propriedades. Qualquer perda é significativa", justifica.
Nelson Bortolin
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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