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Expo Japão atrai famílias em busca de cultura e diversão

Fotos: Fábio Alcover
Fotos: Fábio Alcover - O clima agradável do feriado levou muitas famílias à Expo Japão, este ano ainda mais recheada de novidades artísticas e culturais
O clima agradável do feriado levou muitas famílias à Expo Japão, este ano ainda mais recheada de novidades artísticas e culturais

Famílias inteiras e casais das mais variadas idades lotaram na quinta-feira (15) a edição de 2017 da Expo Japão, evento que vai até domingo (18), na Associação Cultural e Esportiva de Londrina (Acel) e que conta com apoio do Grupo Folha de Comunicação. O clima agradável e a boa procura pelas novidades artísticas e culturais deste ano, como as oficinas de pintura acrílica com o artista plástico Carlos Kubo, fizeram com que os organizadores aumentassem a expectativa de público para 30 mil, recorde registrado em 2015.

Além das já tradicionais apresentações de taikô, de matsuri dance e de artes marciais, entre outros, a Expo Japão sediará neste ano o 38º Festival de Bon Odori do Paraná. Serão cerca de 500 participantes de mais de 20 delegações, que farão apresentações da dança folclórica nipônica, a partir das 18 horas deste sábado (17).

Também nesta edição há a comemoração dos 40 anos do Acordo de Irmandade entre as cidades de Londrina e Nishinomiya. Como o município japonês conta com muitos produtores de saquê, é possível conhecer mais sobre a bebida e até mesmo participar de um menu degustação, no pavilhão cultural. No local, crianças e adultos terão ainda a chance de experimentar o ritual e a vestimenta tradicional nipônica, o quimono, e o yukata, que é um modelo de verão.

Sábado também será o dia do Desfile de Cosplay, às 19h45, com a apresentação de pessoas fantasiadas de personagens da cultura pop japonesa. Apesar de começar à noite, o coordenador geral da Expo Japão, Luciano Matsumoto, afirma que muitos visitantes já chegam vestidos a caráter a partir do início do dia. "É uma feira que une desde o tradicional, como na cerimônia de chá que oferecemos, ao contemporâneo", diz.

O gerente da loja Anime Action Japan, Victor Castro, afirma que o interesse pela cultura pop nipônica vai desde as crianças aos adultos. "Aqui em Londrina é muito forte a participação pela grande quantidade de descendentes e vamos sentir isso no Desfile de Cosplay."

Para quem gosta de esporte, Matsumoto afirma que a Acel fez uma parceria com a Liga Brasileira de Beisebol para trazer ao evento arenas infláveis de simulação. Assim, pode-se treinar as rebatidas, os arremessos e aprender a dinâmica do jogo.

ORIGENS 
Como parte da Expo Japão, a Acel promove a 56ª Expo Agrícola, evento mais antigo e tradicional da associação. A primeira edição foi em 1954, para divulgar a qualidade dos produtos agrícolas da comunidade nipo-brasileira. São mais de 3 mil produtos expostos e à venda no último dia de evento, de 70 agricultores da região.

Em paralelo, ocorrerá a 6ª edição do Simpósio de Tecnologias Inovadoras para a Agricultura (AgroInovaTec), com o tema "Sustentabilidade Agrícola no Paraná". Serão ministradas palestras sobre controle biológico no manejo de pragas e doenças, agricultura orgânica e piscicultura. Ainda, os visitantes podem conhecer a Fazendinha, que traz neste ano exemplos de cafeicultura adensada mecanizada, produção de palmitos de diferentes espécies, hortas sustentáveis para chácaras, olerícolas de estufa, entre outros exemplos.

Engenheiro agrônomo e coordenador da Fazendinha, Carlos Eikiti afirma que o objetivo é mais educativo e de incentivo ao consumo de orgânicos. "É importante mostrar para os moradores do meio urbano e para os leigos como é o trabalho do agricultor", diz. Ainda, ele considera importante ensinar a ter a própria horta em casa. "Se plantar no quintal, além de produzir alimentos sem agrotóxicos, a pessoa pode criar o hábito de consumir alimentos orgânicos."

OFICINA DE PINTURA
O artista plástico Carlos Kubo, radicado em Londrina e reconhecido internacionalmente, fará workshops diários sobre pintura acrílica. Ele esteve na Embaixada do Brasil em Tóquio há duas semanas, onde apresentou uma exposição das suas obras, com forte influência pelas raízes japonesas e pela experiência no país que escolheu para viver.

O coordenador do evento tem a expectativa de se aproximar do recorde de 30 mil pessoas nos cinco dias de feira. "Temos a previsão de cinco dias de sol e o tamanho do público é muito dependente do clima", diz Matsumoto. "Mas o objetivo principal da feira é manifestar a cultura e as tradições japonesas, abrindo as portas da sociedade para que possamos fazer a perpetuação dos valores para as próximas gerações", completa.

Público destaca resgate de tradição e lembranças

Rodrigo Gimenez e a esposa Daniela sempre comparecem à feira da cultura japonesa e este ano levaram o filho Miguel:
Rodrigo Gimenez e a esposa Daniela sempre comparecem à feira da cultura japonesa e este ano levaram o filho Miguel: "É um ambiente bem gostoso"

O serventuário da Justiça João Paulo Akaishi levou toda a família para almoçar na quinta-feira, 15, na Expo Japão, na Acel. Ao lado da mulher, dos filhos e dos seis netos, ele diz que a feira é importante para se lembrar das boas relações familiares. "Venho de pai japonês e mãe italiana, então é tradição reunir a família. Vir aqui me traz lembranças do meu pai", conta.

Sentimento semelhante levou a família Takata Liberatti ao local. "Tem de vir todos os anos para motivar a colônia e prestigiar nossa cultura", diz a vendedora Cristina. Ela foi à feira com a irmã Catarina Takata, a filha Giovanna e o marido Dirceu Liberatti. "É um ambiente familiar e hoje precisamos estar mais em família. Precisamos desse resgate da cultura e das músicas antigas", conta Dirceu, também vendedor.

Entretanto, não são apenas as famílias com origem nipônica que "batem cartão" em todas as edições do evento. A jornalista Juliana Piazzalunga foi ao evento com mais sete familiares. "Sempre viemos, porque gostamos da comida e das atrações", diz, ao lembrar que adorava dançar as músicas quando adolescente. "Também achei interessante que trouxeram um estande para incentivar o turismo para o Japão, com muitas atrações que a gente não sabia que existiam", completa.

Também sem laços sanguíneos com o outro lado do mundo, o funcionário público Rodrigo Gimenez, a dona de casa Daniela e o pequeno Miguel, de 1 ano, sempre comparecem. "Gosto da parte cultural, do taikô, do matsuri dance, da parte bem completa de recreação para crianças, então é um ambiente bem gostoso", conta Rodrigo. (F.G.)
Fábio Galiotto
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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