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Supersafra faz Paraná crescer 2,5%

Resultado da agropecuária foi positivamente influenciado pelo desempenho da agricultura, principalmente da produção de soja e milho

Impulsionado pela supersafra de grãos, o Paraná cresceu 2,5% no primeiro trimestre deste ano, enquanto o Brasil retraiu 0,4%. A comparação é com o mesmo período de 2017. O Produto Interno Bruto (PIB) paranaense foi divulgado nesta terça-feira (27) pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O agronegócio teve expansão de 14,6%, e a indústria, de 3,1%. Apenas os serviços recuaram (-0,9%).

Dos R$ 106,95 bilhões do primeiro trimestre, a preços de mercado, R$ 92,97 bilhões equivalem ao valor adicionado e R$ 13,99 bilhões aos impostos. Essa é a primeira divulgação do indicador feita pelo Ipardes com a nova metodologia de cálculo, que desagrega o PIB em valor adicionado (sem impostos) e com impostos. É também a primeira vez que o órgão divulga a evolução trimestral em valores correntes. Outra mudança é a ampliação das atividades pesquisadas, de 18 para 81.

O presidente do Ipardes, Júlio Suzuki Júnior, diz que o resultado não o surpreendeu, uma vez que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, considerado uma prévia do PIB, já apontava um crescimento de 2,3% do Estado. Ele lembra que o agronegócio ajuda a impulsionar a economia em todo o País. A diferença do Paraná é que a expansão do setor veio junto com a da indústria.

Questionado sobre o recuo nos serviços, Suzuki alega que o setor é sempre o primeiro a entrar na crise e o último a sair dela. Isso porque depende exclusivamente da demanda interna. Enquanto não houver melhora da renda das famílias, o setor não cresce. "A indústria e a agropecuária têm a alternativa da exportação. E os serviços dependem 100% da demanda doméstica", diferencia.

Segundo Suzuki, o resultado da agropecuária foi positivamente influenciado pelo desempenho da agricultura, principalmente da produção de soja e milho, com contribuições relevantes da avicultura e da suinocultura. Já a indústria teve seu crescimento calcado na fabricação de máquinas e equipamentos, veículos automotores e produtos alimentícios.
O Ipardes, segundo o presidente, estima que o efeito da supersafra seja menor nos próximos trimestres. Mesmo assim, projeta que o Paraná crescerá 1,5% neste ano. A estimativa para o PIB brasileiro é de crescimento de apenas 0,5%.

REPERCUSSÃO


Para o economista, professor universitário, consultor e colunista desta FOLHA, Marcos Rambalducci, o resultado do PIB paranaense foi "surpreendente". "O fator agropecuária acabou impulsionando todo o Paraná. Ele repercute na indústria. Quando o agronegócio vai bem, puxa a mecanização, além da venda de tratores e implementos", justifica. De acordo com ele, o setor de serviços, principalmente os financeiros, sofre mais o impacto da crise.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Ary Sudan, alega que o Paraná é um dos Estados com economia mais "ajustada" do País. "Além disso, somos mais atualizados em todas as áreas. Temos um sistema cooperativista forte", declara. Sudan também considera que o fato de a indústria paranaense ser "relativamente nova" ajuda no crescimento. "Temos uma indústria com conceitos mais modernos. Isso tem influência neste momento de retomada da economia."
Nelson Bortolin
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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