'Piratas' são flagrados saqueando contêineres que caíram de navio no mar no litoral de SP
FONTE - GLOBO.COM |
Ao menos 11 pessoas foram detidas em flagrante por saquearem contêineres que caíram de um navio na barra de Santos, no litoral de São Paulo, nesta sexta-feira (11). Entre os produtos recuperados estão eletrônicos, eletrodomésticos, pneus de bicicleta e peças de vestuário.
A Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) informou que a queda de 45 contêineres do navio Log In Pantanal ocorreu entre 1h30 e 3h, enquanto a embarcação estava a aproximadamente quatro quilômetros da costa. O cargueiro aguardava para realizar a manobra de entrada no Porto de Santos.
As causas do acidente ainda são desconhecidas, mas já são alvo de um inquérito da autoridade marítima. Não há informações de feridos. Suspeita-se inicialmente que ondas de pouco mais de três metros, provenientes de uma ressaca marítima, tenham contribuído para a queda.
Imagens flagraram quando moradores da região saquearam os contêineres que boiam entre Santos e Guarujá desde o início da manhã. Para chegarem às caixas metálicas, eles utilizaram pequenas embarcações, onde dezenas de produtos foram embarcados clandestinamente.
Equipes do Patrulhamento Marítimo da Polícia Militar Ambiental e do Núcleo Marítimo da Polícia Federal detiveram pessoas a bordo de embarcações no entorno do Canal do Estuário, que serve de acesso ao cais santista. Alguns suspeitos alegaram que "pegaram as peças boiando no mar".
A maior parte dos flagrantes ocorreu com ocupantes de embarcações nas proximidades do bairro Santa Cruz dos Navegantes. Outro grupo foi detido ao desembarcar na Praia do Guaiúba, ambos em Guarujá. O policiamento também monitora a orla das demais cidades da região.
Nove pessoas detidas foram encaminhadas à Delegacia Sede de Guarujá e duas para a Delegacia da Polícia Federal em Santos, para apreciação da autoridade policial, segundo balanço divulgado até às 17h. As equipes continuam monitorando a área para tentar localizar mais suspeitos.
O acidente
Aparelhos de ar-condicionado, mochilas, material hospitalar, pneus, toalhas e tapetes estão entre as cargas armazenadas nos contêineres que caíram do navio no mar durante a madrugada. Autoridades tentam coibir a ação de saqueadores, mas os produtos já se espalharam pela área costeira.
Algumas caixas metálicas se romperam e parte da carga se espalhou entre a barra de Santos e a região costeira de Guarujá. Testemunhas afirmaram que alguns produtos já eram vistos próximos à Praia do Guaiúba, onde, por volta do meio-dia, estavam dez contêineres boiando.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) foi notificada sobre a ocorrência e monitora junto com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) os procedimentos adotados para retirar os contêineres da água. O Ibama também acompanha os trabalhos.
A Codesp confirmou que o acidente ocorreu durante a madrugada, no Fundeadouro 3, fora do cais. Ainda em nota, a estatal disse que a autoridade marítima, com o apoio da Praticagem de São Paulo, faz o levantamento para identificar a área onde os contêineres se espalharam.
Imagens obtidas pelo G1 mostram o local do acidente após ocorrido. Segundo testemunhas, alguns compartimentos abriram no impacto com água e a carga se espalhou. Conforme a autoridade marítima, o canal de navegação precisou ser fechado por dois períodos por segurança.
O navio operou no Terminal Embraport, na Margem Esquerda do cais, na quinta-feira (10). Segundo a empresa, 341 contêineres foram carregados e outros 248 descarregados. Após a operação, ele foi manobrado para a barra para aguardar atracação no terminal da BTP, na Margem Direita do cais.
A Log-In, responsável pelo navio, informou que o mau tempo ocasionou o desprendimento das caixas. Por nota, a empresa informou que "não havia contêineres que caíram no mar com cargas declaradas como perigosas, de acordo com critérios da Organização Marítima Internacional".
Durante a tarde, o navio recebeu autorizaração para realizar a atracação no cais da Libra, onde foi vistoriado por peritos da Marinha. A manobra de entrada no cais santista foi acompanhada pela autoridade marítima, uma vez que parte dos contêineres a bordo também estava tombada.
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