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(29-09-2017)Clima de tensão toma conta da cidade

A cada movimentação no prédio, familiares de detentos cobravam respostas das autoridades


Umuarama - O clima em frente à 7ª Subdivisão Policial, em Umuarama, era tenso durante toda quinta-feira (28). Familiares de presos estavam ansiosos por notícias da rebelião. A cada movimentação no prédio, indicando a possibilidade dos presos serem transferidos, havia gritos clamando por informações. "Será que é ele?", perguntavam familiares de detentos.

Maria Isabel de Oliveira, filha de preso, se mostrava preocupada com a maneira como a remoção dos presos era realizada. "Estão deixando todos eles sem roupa. Estamos aqui desde a noite de ontem [quarta-feira, 27] sem saber como eles estão. Se eles comeram, se eles beberam, se estão pelados. Não temos informação nenhuma. Não liberaram a lista de presos. A gente quer uma resposta, mas eles avançam para cima da gente. A gente não é gente do mal, a gente é cidadão de bem para a polícia vir para a cima da gente", reclamou. O motim acabou durante a tarde, com a transferência de dezenas de detentos para o sistema penitenciário.

Cenário em frente ao prédio da 7a Subdivisão Policial era de destruição após a madrugada de caos
Cenário em frente ao prédio da 7a Subdivisão Policial era de destruição após a madrugada de caos


O cenário em frente à Delegacia de Umuarama parecia mais um campo de guerra, com vários veículos queimados e muita destruição. Entre os vizinhos, o medo ainda estava muito presente. Daniel Nunes, 51, viu toda a cena de quebradeira. "Eu vi a correria do pessoal colocando fogo nos carros e na delegacia. Tinha no mínimo 3.000 pessoas no tumulto. A gente ficou com medo porque tinha muito bandido depredando, roubando motos. A gente tem criança e quando interditaram a rua a gente nem teve como levar as crianças para a escola", lamentou.

Outra vizinha, Geni Amatuzzi, 74, relatou que deitou por volta das 21h. "Acordei logo depois com o barulho. Era tiro para todo lado, gritos e confusão. Fechei a janela com medo e o barulho durou quase a noite toda. Nem me interessou ver o que estava acontecendo. Não é coisa boa, porque havia risco de tomar uma bala perdida", declarou. Uma pessoa que filmava a ação foi detida pela polícia.
Vítor Ogawa
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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