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TRIUNFO - ECONORTE - Concessionária de Londrina repassou R$ 1,2 milhão a operador financeiro investigado na Lava Jato




Sediada em Londrina, a concessionária Triunfo-Econorte - que administra três praças de pedágio em rodovias que cortam o Norte do Paraná - teria repassado R$ 1,2 milhão a um operador financeiro investigado pela Operação Lava Jato. Na manhã desta quinta-feira (10), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da empresa para levantar documentos que possam esclarecer a transação. A ação fez parte da 36ª fase da Lava Jato, batizada de "Dragão".

Em coletiva de imprensa concedida em Curitiba, a PF informou que a Triunfo-Econorte transferiu, entre os anos de 2011 e 2013, R$ 1,212 milhão ao advogado Rodrigo Tacla Duran, apontado como um dos operadores das offshores criadas pelo "departamento de propina da Odebrecht" e utilizadas nos desvios da Petrobras. Ainda segundo as investigações, ainda não se sabe qual é a natureza do dinheiro e nem o motivo do pagamento feito pela Triunfo-Econorte.

A PF também informou ter identificado mais dois repasses a Duran, estes de aproximadamente R$ 2,1 milhões e R$ 1,5 milhão, feitos pela construtora Triunfo - outra empresa do mesmo grupo econômico, cuja sede fica em Curitiba e também foi alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido pela PF nesta quinta - e pela Triunfo Participações, respectivamente.


Em nota, a Triunfo-Econorte informou que a PF coletou documentos relacionados a pagamentos realizados pelas referidas empresas a um prestador de serviço. "A companhia forneceu as informações solicitadas e informa que irá cooperar com as autoridades competentes. Da mesma forma, a administração da companhia buscará tomar conhecimento das alegações que embasaram referida ordem judicial para averiguação e apuração dos fatos e responsabilidades pertinentes", diz o texto.

A concessionária administra cerca de 340 quilômetros das rodovias BR-369, BR-153, PR-445, PR-323 e PR-090, ligando 15 municípios do Norte do Paraná. A empresa opera três praças de pedágio, localizadas em Jacarezinho, Jataizinho e Sertaneja.

Reprodução/Google Street View
Reprodução/Google Street View


Operação Dragão

O Ministério Público Federal informou que os dois alvos da Operação Dragão, Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, foram responsáveis por lavar mais de R$ 50 milhões para empresas investigadas no esquema. O juiz federal Sérgio Moro expediu mandado de prisão preventiva contra Adir Assad.

Segundo informações da força-tarefa da Lava Jato, os dois são "operadores financeiros especializados na lavagem de capitais de grandes empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato".

"A partir das investigações foram encontradas diversas evidências de que os operadores utilizaram-se de mecanismos sofisticados de lavagem de dinheiro, entre os quais o uso de contas bancárias em nome de offshores no exterior, a interposição de empresas de fachada e a celebração de contratos falsos", diz nota da Procuradoria da República, no Paraná.

A investigação aponta que "as provas coletadas em fases anteriores da Operação Lava Jato, somadas à análise das informações obtidas por intermédio de afastamentos de sigilo bancário, fiscal e telemático, permitiram identificar que os referidos operadores financeiros participaram ativa e continuamente do grande esquema criminoso de corrupção investigado pela força-tarefa". A força-tarefa afirma que também foram colhidos depoimentos e provas por meio de acordos de colaboração, "em que executivos confirmaram a natureza dos repasses financeiros aos envolvidos com o objetivo de praticar a lavagem dos capitais".

De acordo com a Procuradoria, Rodrigo Tacla Duran foi responsável por lavar dezenas de milhões de reais por intermédio de pessoas jurídicas por ele controladas.

"Diversos envolvidos no caso valeram-se dessas empresas a fim de gerar recursos para realizar pagamentos de propina, como a UTC Engenharia e a Mendes Júnior Trading Engenharia, que repassaram, respectivamente, R$ 9.104.000,00 e R$ 25,5 milhões ao operador financeiro entre 2011 e 2013. No mesmo período, outras empresas contratadas pela administração pública também realizaram depósitos de mais de R$ 18 milhões com o mesmo destino", aponta a nota do Ministério Público Federal.

A força-tarefa sustenta que "as investigações também comprovaram que Adir Assad, por meio de transferências de contas mantidas por suas empresas em território nacional, repassou R$ 24.310.320,37 para Rodrigo Tacla Duran". Empresas relacionadas a Ivan Orefice Carratu, ligado a Rodrigo Duran, receberam de Adir Assad a quantia de R$ 2.905.760,10, segundo a Procuradoria.

As equipes policias cumpriram 18 ordens judiciais, sendo 16 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva na Operação Dragão. Nota da PF informa que aproximadamente 90 policiais federais cumpriram as determinações judiciais em cidades dos estados do Ceará, São Paulo e Paraná.

São apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, manutenção não declarada de valores no exterior e lavagem de dinheiro.

O nome "dragão" dado à investigação policial é uma referência aos registros na contabilidade de um dos investigados que chamava de "operação dragão" os negócios fechados com parte do grupo criminoso para disponibilizar recursos ilegais no Brasil a partir de pagamentos realizados no exterior.
FONTE - BONDE

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