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Chineses pagam US$ 253 milhões pela Belagrícola

Fundada em 1985, em Bela Vista do Paraíso, a Belagrícola faturou R$ 2,8 bilhões no ano passado


US$ 253 milhões ou algo próximo a R$ 820 milhões. Esse foi o valor que a chinesa Dakang Intemational Food Agriculture pagou pela empresa londrinense Belegrícola, comercializadora de grãos e insumos agrícolas. O valor foi divulgado nesta terça-feira, 31, pela Coluna do Broadcast Agro, do jornal O Estado de São Paulo. E confirmado à FOLHA pelo CEO Flávio Barbosa Andreo.

A operação, que teve início em abril, foi concluída na segunda-feira, 30. Parte dos recursos foram depositados na conta da empresa em Londrina. Pelo acordo, o conglomerado chinês passou a deter 53,99% de participação na Belagrícola e os fundadores, entre eles Andreo, mantiveram 46,01% da empresa. "(A chegada do novo capital) Representa uma capacidade financeira que nos diferencia num momento de mercado muito desafiador. Muitas empresas estão sofrendo para conseguir se adequar e nós temos uma estrutura financeira bem equilibrada agora", afirma o CEO.
Ele não revela qual o porcentual dos US$ 253 milhões serão investidos no negócio e quanto ficará com os sócios, que permanecem na companhia. Só adianta que há um cronograma de repasse do capital da China para o Brasil e que somente uma parcela foi enviada nesta segunda-feira.
A empresa londrinense - cujo negócio principal é a comercialização de grãos e insumos - faturou no ano passado R$ 2,8 bilhões. O grupo chinês é o mesmo que, em 2016, havia comprado a Fiagril, companhia do mesmo ramo da Belagrícola, com sede em Lucas do Rio Verde (MT).
O CEO diz que o "namoro" entre os dois grupos teve início no ano passado. "Depois de comprarem a Fiagril, os chineses pediram aos bancos que indicassem outra empresa para eles adquirirem. E os bancos nos indicaram", conta.
Segundo Andreo, os investidores chineses estão "vindo com tudo para cima" do agronegócio no Brasil. "Isso é importante para a empresas e para os agricultores. Porque é capital que vem para ajudar a melhorar nossa infraestrutura e a produtividade ao longos dos anos", avalia. O país asiático, de acordo com ele, tem vontade de estreitar laços com o Brasil, muito mais que qualquer outro. "A China sabe que não pode ficar sem os grãos brasileiros."
Atuando no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, a Belagrícola conta com 38 unidades de recebimento de grãos e 55 lojas de insumos, empregando 1.600 pessoas e já é uma das maiores do setor no Brasil. "Temos expectativa que dobre de tamanho em cinco anos", declara o CEO.

HISTÓRIA 
Fundada em 1985 em Bela Vista do Paraíso (Região Metropolitana de Londrina), a Belagrícola evoluiu de uma revenda de produtos agrícolas para se tornar um dos maiores distribuidores de insumos agrícolas e comercializadores de grãos do Brasil. Está no ranking das "1000 Maiores Empresas do Brasil", de 2016, da Revista Exame. Também está na 26ª posição entre as maiores da Região Sul em vendas líquidas.
Já o Grupo Shanghai Pengxin é um conglomerado privado com uma carteira diversificada de negócios, incluindo o desenvolvimento de negócios imobiliários, construção de infraestrutura urbana e investimentos de alta tecnologia. Tem mais de 40 subsidiárias, integral ou parcialmente detidas em todo o mundo.
Nelson Bortolin
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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