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Acidente com escorpião fecha creche em Astorga

Neste ano, o Paraná já registrou 776 acidentes com escorpião, com uma morte em Toledo.

A maior creche de Astorga, a 44 km de Maringá, está interditada desde a última sexta-feira (11) após uma funcionária ser picada por escorpião. O CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) João Paulo II, que atende 176 bebês e crianças de 4 meses a 3 anos, já teve as atividades paralisadas no ano passado por conta do problema. A cidade está inserida na 15ª Regional de Saúde de Maringá (Noroeste), que registrou 163 acidentes causados pelo aracnídeo em 2018, o maior número do Paraná até agora. 

A zeladora picada na quarta-feira (9), foi atendida e passa bem. Mesmo assim, a prefeitura de Astorga seguiu recomendação da Vigilância Sanitária e suspendeu as aulas para vistoria. "A interdição foi pela preocupação com as crianças e funcionários. Fizemos uma nova vistoria e chegamos à conclusão de que o escorpião não está dentro da creche. Por isso, estamos tomando medidas de proteção do prédio", explica o secretário de administração e finanças do município, Manoel Joaquim de Oliveira.

A precaução inclui a instalação de rodapés de borracha nas portas, troca de ralos que permitem o fechamento e troca ou pintura de todo o piso do prédio, que é escuro e dificulta a visualização do aracnídeo. "É uma construção antiga, de 1981, o piso é daqueles de cerâmica escura quebrada, marrom e preto, o que camufla o bicho. A creche está bem conservada, mas a região possui focos do escorpião, os vizinhos já reclamaram", conta.

Com as atividades do CMEI paralisadas, a prefeitura pretende remanejar as 105 crianças para outras três creches da área urbana da cidade. Os 71 bebês serão levados para um imóvel alugado ou a outro prédio do município. "Nós vamos conversar com essas mães, mas é uma solução momentânea enquanto fazemos esses reparos emergenciais. A gente vai tentar fazer isso com pressa, agilizar o processo, penso que um mês seria um prazo razoável", defende. Segundo Oliveira, a prefeitura estuda a possibilidade, a longo prazo, da construção de uma nova creche.

Essa não é a primeira vez que a creche é interditada. No ano passado, a pedido da prefeitura, vigilância sanitária e veterinário do município avaliaram o prédio e fizeram as recomendações necessárias. O local foi dedetizado, recebeu nova pintura, teve algumas espécies de plantas retiradas e frestas e rachaduras tapadas. A administração também aplicou treinamentos aos funcionários sobre os cuidados básicos na prevenção de acidentes.

Além dessas, outra alternativa foi a adoção de seis galinhas. "Elas são predadoras do escorpião, elas não comem, mas elas matam. Alguns vizinhos também adotaram, vimos que isso ajudou bastante e as crianças gostaram", conta Oliveira.

Em 2018, o Paraná registrou 776 acidentes com escorpião com um óbito na cidade de Toledo (Oeste). Astorga está inserida na 15ª Regional de Saúde de Maringá, que possui o maior número de acidentes com escorpião do Paraná, somando 163 casos. Em seguida está a 3ª Regional de Saúde de Ponta Grossa (108) e a de Paranavaí (91). A Regional de Londrina é a 4ª maior em acidentes com o aracnídeo, com 74 registros.

Londrina atendeu 209 ocorrências

Londrina teve 29 acidentes causados pelo escorpião neste ano. Cento e quarenta e sete amostras foram enviadas para identificação e 209 atendimentos foram realizados em residências, segundo dados da Vigilância Ambiental. A Secretaria Municipal de Saúde tem registrado uma média de cinco atendimentos por dia, incluindo reclamações e acidentes com aracnídeos. Por conta disso, o órgão chama a atenção para os cuidados necessários de prevenção.

Os materiais de construção ou entulhos são os pontos mais comuns de acidente. Por isso, a orientação é utilizar luvas de raspa de couro e calçados quando manuseá-los e evitar acúmulo de entulho, telhas, tijolos, madeiras e lenhas, pois os locais que os escorpiões mais gostam são escuros, úmidos e com presença de insetos.
Além disso, é recomendável examinar calçados, roupas e toalhas antes usá-los, manter todos os locais da residência limpos e afastar berços e camas da parede, pois não há desinsetização eficaz contra o aracnídeo.
Em caso de acidente, a Secretaria Municipal de Saúde orienta lavar o local da picada com água e sabão e ir até a UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima com o escorpião (se possível), para que a espécie seja identificada e otimize o diagnóstico. Compressas quentes também são permitidas.
Após o registro da presença do aracnídeo, a Vigilância Ambiental faz busca nas proximidade do local do acidente. Ainda que a pessoa não tenha sofrido nenhum acidente, a orientação é informar a Vigilância por meio do telefone: 3372-9407.
Lais Taine
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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