Justiça mantém condenação de 'ex-prefeita ostentação' no Maranhão
Lidiane Leite da Silva, ex-prefeita do município
de Bom Jardim, distante 275 km de São Luís, recorreu da decisão do juiz Raul
José Duarte Goulart Júnior, mas não obteve sucesso, pois a 5ª Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) manteve a decisão anterior que suspende,
por cinco anos, os direitos políticos de Lidiane Leite, além de multa
correspondente a 50 vezes o valor da remuneração que recebia quando era a
prefeita. Ela foi condenada ainda a ressarcir o dano causado ao município no
total de R$ 500 mil.
Segundo o Tribunal de Justiça, a defesa de Lidiane Leite
tentava a anulação da sentença alegando que não há provas suficientes de lesão
ao patrimônio público. o argumeto da defesa considerava também a pena
desproporcional.
O desembargador Raimundo Barros, relator do julgamento,
disse que a ex-prefeita não prestou contas ao Tribunal de Contas do Maranhão
(TCE-MA) do convênio municipal com o Ministério da Saúde. A parceria com a
Fundação Nacional da Saúde era para o sistema de esgotamento sanitário de Bom
Jardim. Assim, o desembargador entendeu que a não prestação de contas
"caracteriza lesão aos princípios da administração pública, o que configura
ato de improbidade administrativa".
Além do relator Raimundo Barros, votaram ainda
os desembargadores José de Ribamar Castro e Ricardo Duailibe. A decisão foi
unânime.
Outros processos
Lidiane Leite já foi condenada por outros processos também,
que tratam de desvios de recursos públicos. Em
um dos casos, ela foi condenada por desvio de R$ 998.691,27 referente a verbas
que seriam destinadas a melhorias de pavimentação nas ruas do município. Outra
condenação dela foi por causa de falhas
no fornecimento da merenda nas escolas da rede municipal.
Lidiane, que ficou conhecida como "prefeita
ostentação" por exibir uma vida de luxo nas redes sociais, foi condenada
em março de 2017 por improbidade administrativa e em setembro teve R$ 12 milhões
bloqueados por determinação judicial. Ela
foi presa no dia 28 de outubro de 2015, na sede da Polícia Federal, em São
Luís, depois de passar 39 dias foragida após ter a prisão decretada pela PF por
suspeita de irregularidades encontradas em contratos firmados com
"empresas-fantasmas".
Após
11 dias encarcerada, ela foi solta pela Justiça sob a condição de uso de
uma tornozeleira eletrônica.
FONTE - GLOBO.COM