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Um cão se tornou o terror dos narcotraficantes colombianos. Agora está na mira deles



Sombra, uma pastora alemã de seis anos, foi a responsável pela prisão de 200 pessoas e pela apreensão de nove toneladas de droga. Cartel oferece até R$ 59,2 mil para que a matem
 
Como um épico homérico alimentado pela cocaína, a longa e trágica batalha colombiana contra os cartéis de drogas produziu inúmeros heróis e vilões. Mas, uma figura que está no atual campo de batalha contra o narcotráfico no país, um nome que atrai tanto elogios quanto ódio, é, na verdade, um pastor alemão de seis anos que pode ser encontrado nos aeroportos do país.

Sombra é um cão de detecção de drogas da Polícia Nacional da Colômbia. Nos últimos anos, seu nariz, que mais parece um radar, levou à prisão de mais de 200 pessoas e à apreensão de, pelo menos, nove toneladas de drogas ilícitas.

O sucesso transformou o cão em uma espécie de herói popular em um país consumido pelo contínuo derramamento de sangue acumulado por um longo legado de violência causada pelas drogas. A imprensa colombiana chegou a apelidá-lo de “o terror dos narcotraficantes”.



Mas Sombra é tão bom em seu trabalho que o principal cartel de narcotraficantes está adotando represálias. A vida do cachorro tem um preço. Segundo a Rádio RCN da Colômbia, a inteligência policial soube, recentemente, da recompensa dos Urabeños, também conhecidos como Clã do Golfo. Os informes variam: o cartel pagaria entre 20 e 200 milhões de pesos colombianos (R$ 5.924 a R$ 59.244, pela cotação desta sexta) pela morte do animal.

A ameaça foi levada tão a sério pela Polícia Nacional que esta foi forçada a tomar precauções extras pela segurança. "O fato de querer ferir Sombra e oferecer uma recompensa tão alta por sua captura ou morte mostra o impacto que ele teve nos negócios dos narcotraficantes", disse um porta-voz da polícia ao jornal britânico Telegraph.

Sombra chegou à polícia colombiana vindo de um canil em Antioquia, a região do país que abriga Medellín, o trampolim dos temíveis cartéis colombianos das décadas de 1980 e 1990. Equipado com um colete amarelo-neon, o cão tem a tarefa de enfiar o focinho treinado em bagagens e pacotes em portos e aeroportos colombianos.

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A RCN Radio relata que a primeira grande apreensão de Sombra foi em março de 2016, quando abriu caminho em direção a um contêiner de caixas de banana que secretamente continha 2.958 kg de cocaína. O carregamento estava a caminho da Bélgica.

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Em maio de 2017, Sombra descobriu outro carregamento indo para a Bélgica, desta vez contendo 1,1 tonelada de cocaína. Em junho, levou a polícia a uma descoberta ainda maior: 5,3 toneladas de cocaína, informou a BBC. Mais tarde, descobriu mais 4 toneladas escondidas em uma remessa de autopeças.

No total, suas apreensões resultaram em 245 prisões, disse o coronel Carlos Fernando Villareal à rádio RCN. Os esforços de Sombra pela aplicação da lei lhe renderam duas vezes a medalha Wilson Quintero, uma honraria concedida por contribuições importantes à luta contra o narcotráfico.

Destaque

As realizações de Sombra fizeram dele o rosto carinhoso do esforço antidrogas da Colômbia.

O cachorro tem sido destaque na televisão local. Nos aeroportos, é convidado a posar para selfies com fãs. E a polícia de narcóticos posta regularmente suas realizações no Twitter. Neste mês, a polícia usou Sombra para chamar a atenção do suposto chefe notório dos Urabeños, Dairo Antonio Úsuga, um ex-paramilitar que se tornou traficante de drogas. Na Colômbia, ele é conhecido como Otoniel.

"Nos últimos três anos, o cachorro se tornou o tormento de Otoniel", afirmou a polícia colombiana em um tweet recente.


 O cão está sabendo lidar com o assédio, disseram seus donos. "Sombra é um cachorro muito amigável e calmo e por isso, não tem nenhum problema em se aproximar de crianças ou de pessoas que querem cumprimentá-lo", disse Oscar Favian Solarte, chefe da divisão antinarcóticos, ao jornal El Tiempo. "É um animal brincalhão. Isto faz parte do desenvolvimento de seu trabalho. Não apenas procurar esconderijos de drogas ilícitas, mas também, após o término de seu trabalho, se desestressar."

Na mira

Mas toda essa atenção colocou Sombra na mira dos Urabeños. Originalmente um grupo paramilitar, um dos muitos grupos armados que trocam balas na longa luta da Colômbia, os Urabeños são atualmente a maior organização criminosa do país. Eles controlam grande parte do tráfico de drogas, segundo a InSight Crime. Consolidando o poder ao enfrentar todos os rivais, a base de poder do grupo se espalha pela costa Noroeste da Colômbia. De acordo com a InSight, o grupo recebe dinheiro de várias atividades criminosas, como extorsão, mineração ilegal e contrabando.



Em resposta à recompensa pela vida de Sombra, o general Jorge Nieto, chefe da polícia nacional, ordenou que o cão fosse transferido para o Aeroporto Internacional El Dorado, em Bogotá, fora do território dos Urabeños na costa. Segundo o Telegraph, mais oficiais acompanharão Sombra em suas rondas.


    

Matéria Gazeta do Povo/ VIA GRUPO DE WHATS - PLANTÃO POLICIAL IP

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