Laudo em celular de delator da Operação Quadro Negro aponta encontros com Traiano e Plauto
Mensagens
mostram conversas do dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza,
com o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e o 1º
secretário.*
Um laudo feito em um telefone celular dono da Construtora Valor e
principal delator da Operação Quadro Negro, Eduardo Lopes de Souza,
mostra conversas com o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná
(Alep), Ademar Traiano (PSDB), e com o 1º secretário Plauto Miró (DEM).
De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), o esquema
investigado pela operação desviou mais de R$ 20 milhões da reforma e
construção de escolas estaduais.
As conversas estavam em um dos celulares apreendidos com o dono da
construtora quando ele foi preso, em julho de 2015, na primeira fase da
Quadro Negro.
Conforme o laudo, Souza marcou encontros com Plauto dentro da Alep. Além
disso, estão registradas várias ligações do celular do delator para o
número do deputado também para o gabinete dele.
Os avisos das visitas, os horários e a chegada do empresário na Alep estão registrados nas conversas.
Desde que o celular foi apreendido, o Instituto de Criminalística do
Paraná - responsável pela perícia nos telefones - não conseguiu acessar o
aparelho. A Justiça determinou, em abril deste ano, que o aparalho
fosse enviado à sede da fabricante, nos Estados Unidos, para um novo
laudo.
O relatório americano que revelou conversas de Souza com autoridades tem
17 mil páginas e agora, três anos depois, passa a ser usado como prova
no processo da Quadro Negro.
*Conversas com Traiano*
Além de Plauto, o empresário trocava mensagens com o deputado Ademar
Traiano. Eles marcaram encontros até mesmo na casa do presidente da
Alep. Em abril de 2015, Traiano convidou o delator para tomar um café no
apartamento dele, em Curitiba.
Na sequência de mensagens, o deputado questiona qual obnra tem dinheiro
do governo federal. Souza cita a obra na escola William Madi, em
Cornélio Procópio, no norte do Paraná.
Essa é uma das sete escolas estaduais que deveriam ter sido construídas pela construtora, mas que mal saíram do chão.
A escola de Cornélio Procópio atenderia 1,2 mil alunos em 14 salas de
aula. O governo estadual pagou quase R$ 4 milhões, além de um aditivo de
R$ 974 mil, por poucas paredes levantadas e abandonadas.
Inquéritos
O MP-PR abriu dois inquéritos criminais para investigar o possível
envolvimento de Traiano e Miró nos desvios de dinheiro da construção e
reforma de escolas estaduais.
Em delação premiada, o dono da construtora disse que fez quatro entregas
de R$ 100 mil ao presidente da Alep e dois repasses que somaram R$ 700
mil feitos ao 1º secretário. O dinheiro desviado das escolas teria sido
entregue pessoalmente aos deputados.
O que dizem os citados
O advogado de Ademar Traiano disse que a investigação está em sigilo e
que ele ainda não teve acesso aos dados. Por isso, não vai se manifestar
nesse momento. A defesa afirmou também que, oportunamente, se for
intimada, vai se pronunciar nos autos.
A defesa de Plauto Miró disse que já fez todos os esclarecimentos sobre o
assunto ao MP-PR e que não vai comentar detalhes do inquérito, que,
segundo a defesa, vai servir para mostrar a inverdade dos fatos
atribuídos a Miró.
A Seed informou que foi a primeira a investigar os indícios de
disparidades em medições de obras de escolas, que abriu uma auditoria
interna para apurar a situação e que reforçou os departamentos de
controle interno e de auditoria.
*Matéria Portal G1 PR*/VIA PLANTÃO POLICIAL IP (WHATS)
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