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Soldado acusado de matar os dois policiais foi investigado por uma das vítimas por transgressão disciplinar, diz PM

O soldado Lucas Santos Araújo suspeito de matar dois colegas da corporação em Ivaiporã, no norte do Paraná, foi considerado culpado em um processo administrativo investigado pelo subtenente Luiz Antônio Abba, um dos mortos.

Os dois policiais e mais o soldado Robson Alves Medina morreram na troca de tiro na 6ª Companhia Independente de Polícia Militar (PM), no domingo (2). 

Um inquérito policial militar será aberto pela Corregedoria da PM para apurar quais as causas das mortes. A Polícia Civil também investiga o caso. 

Segundo o comandante da 6ª Companhia Independente da Polícia Militar, Elio Boing, o subtenente Abba foi responsável pela conclusão do Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar (FATD) contra o soldado Santos Araújo.

O subtentente foi responsável apenas pela apuração e conclusão da falha administrativa. A punição ainda não tinha sido aplicada porque o processo administrativo estava em fase de recurso no Comando Regional da Polícia Militar. 

"O processo foi concluído há mais de um mês. Foram investigadas irregularidades internadas, como, por exemplo, não respeitar a bandeira nacional e não obedecer regulamentos internos. No entanto, é prematuro avaliar que esse teria sido a motivação para o comportamento do soldado Santos, pois a punição não foi aplicada, estava em fase de recurso", explicou o comandante.

O que aconteceu

Segundo a Central de Operações Policias Militares (Copom), quando chegava para assumir o turno, o soldado Lucas Santos Araújo atirou no subtenente Luiz Antônio Abba, morto no local, e no soldado Robson Alves Medina, que morreu no hospital. 

Abba e Medida estavam em um carro que sairia do quartel. 

No momento dos disparos, policiais que estavam na companhia teriam tentado conter o soldado. Houve troca de tiros entre os policiais. 

Lucas morreu em frente à companhia - a polícia não informou se ele foi morto pelos colegas ou se atirou nele mesmo. 

Subtenente Luiz Antônio Abba e soldado Robson Alves Medina morreram após serem atingidos por tiros na companhia da PM em Ivaiporã (Foto: PM/Divulgação)

Histórico

O soldado Lucas Santos Araújo entrou na Polícia Militar depois de uma decisão judicial. Segundo o processo, ele foi considerado inapto no exame de sanidade física. O laudo médico oftalmológico, que ele mesmo entregou à banca examinadora, não apontava habilidade visual necessária.
No recurso, a juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba entendeu que o soldado estava apto a assumir a função, pois o teste de acuidade visual não foi detalhada no laudo por falha de terceiro e não do soldado. 

Araújo estava na PM desde 2016, morava em Pitanga, mas trabalhava em Ariranha do Ivaí. No domingo, ele chegava na Companhia para assumir o serviço às 8h quando atirou contra os colegas, segundo a polícia. 

O subtenente Abba tinha 26 anos de corporação (ingressou em 1991) e 51 anos de idade, era pastor evangélico, casado e deixa esposa e duas filhas adultas.
"Ele fazia tudo com muito amor e levava a palavra de Deus para todos, até para aqueles que ele prendia. Encerrou a carreira fazendo o melhor e o que ele mais amava", diz a filha Elisabeth Abba.
O soldado Medina ingressou na corporação em 2016, tinha 36 anos de idade. Ele era casado, deixa esposa e duas crianças. 

Centenas de pessoas participam do velório do corpo do subtenente Luiz Antonio Abba, em Ivaiporã (Foto: Juliane Guzzoni/RPC)

Velórios e enterros

O corpo do subtenente Abba é velado na Igreja Assembleia de Deus em Ivaiporã. Ele será enterrado no Cemitério Municipal de Ivaiporã, por volta das 13h30.
O corpo do soldado Medina foi velado em Ivaiporã até as 8h e depois levado para Arapuã, onde a família mora. Ele será enterrado no cemitério municipal dessa cidade às 14h.
O corpo do soldado Santos Araújo é velado e será enterrado em Pitanga.

FONTE - G1 PR

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