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Competição reúne jovens atletas e sonhos na pista de atletismo da UEL

Competidores nas categorias sub-14 e sub-16 disputaram provas de corrida, arremesso de peso, salto em distância e corrida de resistência
Cerca de 450 crianças e adolescentes de 18 escolas participaram na tarde de quarta-feira (28) da segunda etapa do GP Caixa de Atletismo de 2018 na pista da UEL (Universidade Estadual de Londrina). Além de Londrina, estiveram presentes alunos de outras seis cidades: Jacarezinho, Assaí, Grandes Rios, Arapongas, Cambé e Cornélio Procópio. Os competidores foram divididos nas categorias sub-14 e sub-16 e realizaram provas de corrida, arremesso de peso, salto em distância e corrida de resistência.

De Assaí (45 km de Londrina), Lucas Hiroaki viaja toda quarta-feira para treinar em solo londrinense. Antes atleta de futebol, o menino de 13 anos abandonou os gramados e as quatro linhas para se aventurar entre as raias. "Minha mãe queria que eu não ficasse sem fazer nada e aí peguei gosto pelo atletismo. Quando participei do meu primeiro GP, gostaram de mim e me convidaram para treinar aqui. Agora espero federar por Londrina para começar a competir fora do Estado", contou. O treinador de Lucas, Nathan Miller da Costa, vê potencial no garoto de 13 anos. "Pela sua cultura, gosta de competir, e isso é importante para o crescimento no esporte em todos os níveis", elogiou.

Na multidão de pequenos atletas, também estava Jean da Silva, de 14 anos. Estudante do colégio Cássio Leite Machado, no jardim Santa Rita (zona oeste), ele competiu descalço nos 60 metros rasos. "Eu escorrego com o tênis que eu tenho, e ele também me incomoda. Na primeira vez, já competi assim. Mas hoje está muito quente e os meus pés estão ardendo", confessou o garoto. Para ele, o atletismo é uma forma de lazer e sonho. "Sei que preciso treinar ainda mais se quiser ser um atleta de verdade", projetou.

O evento também reservou surpresas a mais um aluno do Cássio Machado. Com TGD (Transtorno Global de Desenvolvimento), um tipo de autismo, Kaio Vinicius Salustiano competiu no arremesso de peso. "Já gostava antes quando via na TV, agora gosto mais ainda", disse Salustiano, que tem 19 anos e está no nono ano. "Melhorou muito o desempenho em sala de aula", disse a coordenadora pedagógica Irene Frutuoso. "É uma chance de inclusão, mesmo com o autismo, e um incentivo para se destacar", completou a professora de educação física Elvira Macedo.

Aluna do sexto ano do colégio Benedita Rosa Rezende, na zona leste, Yasmin da Silva de Paula foi terceiro lugar no GP de outubro. Dividindo a energia com o handebol, se fosse para escolher, Yasmin disse preferir as pistas. "Sempre quis fazer (atletismo). É importante treinar para evoluir, mas a gente também não pode deixar os estudos de lado", observou.

Organizador do evento, Gilberto Miranda lamentou que o número de participantes da segunda etapa tenha sido menor, já que o primeiro - no fim de outubro - reuniu 600 crianças. "A primeira etapa deveria ter acontecido em maio, mas devido à greve transferimos para o segundo semestre. O calendário ficou apertado e com isso muitos não puderam vir", justificou. No entanto, o treinador da equipe Londrina/Caixa/Ipec valorizou os objetivos do evento. "Trazer a modalidade a quem não conhece, estimular a competição e ampliar a visão de mundo para eles, criando uma nova perspectiva de vida", finalizou Miranda.


Edson Neves Grupo Folha(FOLHA DE LONDRINA)

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