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Lei reconhece oficialmente a Festa do Carneiro no Buraco de Campo Mourão

A Festa Nacional do Carneiro no Buraco de Campo Mourão será reconhecida pelo Calendário Oficial de Eventos Turísticos e Gastronômicos do Estado. O reconhecimento está previsto em projeto de lei apresentado pelo deputado Márcio Nunes, líder do PSD na Assembleia Legislativa do Paraná. O evento, comemorado anualmente no segundo domingo do mês de julho, chegou a 27ª edição em 2018.

Criada para destacar o prato típico de Campo Mourão, a Festa do Caneiro no Buraco se transformou, desde 1990, em evento um característico do Noroeste e Paraná, afirma Márcio Nunes. "O evento, instituído por lei municipal, apesar de reconhecido pela tradição e prestigiado pelo público, ainda carece de uma lei que, a exemplo das grandes promoções no âmbito do Estado, o insira oficialmente no Calendário de Eventos Oficiais do Paraná", ressaltou o parlamentar.

O deputado lembra que a promoção é cercada de outros fatores, como o espetáculo Guardião do Fogo, o Ritual do Fogo e o acendimento do buraco número um, que integram o acervo artístico, cultural e folclórico da Festa Nacional do Carneiro no Buraco. "Nossa intenção é oficializar esta manifestação de forma perene e legal em nosso Estado", disse.

Origem
Márcio Nunes destaca que o Carneiro no Buraco é uma iguaria que foi idealizada em 1962, durante a Copa do Mundo no Chile. "Três pioneiros de Campo Mourão se inspiraram, após assistirem um filme em que vaqueiros preparavam alimentos sobre brasas, dentro de um buraco cavado no chão", lembra.

Os idealizadores, segundo o deputado, foram Ênio Queiroz, Joaquim Teodoro de Oliveira e Saul Ferreira Caldas, que resolveram experimentar o peculiar sistema. As primeiras tentativas foram frustradas - ou os ingredientes não ficavam cozidos, ou estavam impregnados pela fumaça. "Também não foi fácil acertar a melhor combinação entre legumes, tubérculos, condimentos, carne e fruta", ressaltou Márcio Nunes.

No entanto, prevaleceu a curiosidade e a persistência. Na década de 1970 era servido esporadicamente em festas de amigos. O evento gastronômico é realizado sempre no segundo domingo de julho e busca preservar e divulgar essa deliciosa tradição de Campo Mourão e de seus colonizadores.

O cozimento em buracos escavados no chão era um costume dos índios, para evitar o risco de provocar incêndio nas florestas. Existem indícios de que o prato típico de Campo Mourão incorpora costumes resultantes do intercâmbio acontecido por volta de 1580 com a chegada dos jesuítas ao continente sul-americano.

Alcance
Com o passar dos anos foi ganhando notoriedade e na década de 1980 passou a ser servido quando autoridades visitavam a cidade. O mestre cuca do prato foi Tony Nishimura (1943-2006). Um movimento encabeçado pela confraria da Boca Maldita local levou a oficialização da iguaria como prato típico do Município em 1990, na gestão do prefeito Augustinho Vecchi, quando o cargo de prefeito era exercido pelo advogado José Elmo Linhares.

A 1ª Festa Nacional do Carneiro no Buraco aconteceu em 14 de julho de 1991, quando foram servidos 70 tachos, para aproximadamente 4,2 mil pessoas. Atualmente são 140 tachos para nove mil pessoas. "O evento, que acontece sempre em meados de julho, acabou transformando o prato típico em verdadeiro símbolo de Campo Mourão, divulgando o Município em todo o Brasil e em outros países", destaca um fragmento do livro "Patrimônio Cultural: Um Retrato de Campo Mourão", de Jair Elias dos Santos Júnior.

Reconhecimento
Visitada anualmente por mais de 150 mil pessoas, a Festa Nacional do Carneiro no Buraco é realizada no Parque de Exposições Getulio Ferrari, na BR 158, saída para Maringá. "O evento acontece durante cinco dias e tem como ponto alto o domingo da festa, quando é servido o almoço do Prato Típico. Nesse dia, a cidade recebe turistas do Brasil e exterior e parte da renda arrecadada é destinada para manutenção de entidades sociais", afirma Márcio Nunes.

A festa oferece para os visitantes shows, exposições, feira da agroindústria familiar, leilões de gado, artesanato, café colonial, festivais e espetáculos ao ar livre, parque de diversões, rodeio e muitas outras atrações. Quem visita o Parque nestes dias também encontra boas opções em gastronomia com diversos restaurantes e lanchonetes que oferecem de refeições elaboradas ao fast food tradicional das festas populares.

Há, ainda, espaços para a comercialização de produtos regionais e expande-se o agronegócio com exposição, feira e leilões de gado e de implementos, entre outros produtos.

FONTE - RONI PIMENTEL

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