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Corpo de maratonista é sepultado em Cascavel

Vice na São Silvestre de 2002 foi um dos grandes momentos da carreira da atleta
Adriana de Souza tinha 45 anos e deixa o marido e uma filha de sete anos. Na sexta-feira (7), a atleta foi submetida a uma cirurgia no joelho. No sábado (8), ela postou sua última foto no perfil do Instagram, uma selfie em um leito do Hospital do Coração Nossa Senhora da Salete, em Cascavel, onde se recuperava do procedimento. Na legenda, escreveu: "Ainda no hospital". Na noite de sábado, a atleta teve alta, mas em casa sofreu convulsões e voltou a ser internada. No hospital, foi diagnosticada com embolia pulmonar e, em seguida, teve uma parada cardíaca e não resistiu. Ela morreu no domingo. O hospital informou nesta segunda-feira que, a princípio, não se manifestaria sobre o caso.

A secretária municipal de Esportes de Ibiporã, Cláudia Guandalini, lamentou a morte da atleta. Souza iniciou sua carreira na cidade. Treinava praticamente sozinha, sem incentivos, e só depois de treinar por um período em São Paulo e conseguir destaque em uma edição da Corrida Internacional de São Silvestre o município decidiu iniciar um projeto para apoiá-la. Em sua homenagem, foi criada a Prova Pedestre Adriana de Souza, inserida nas comemorações do Dia do Trabalho e que neste ano chegou à 18ª edição. "Para a gente foi um choque. Uma pessoa saudável. É uma perda muito grande para Ibiporã. Todos os anos a Adriana estava aqui, participava da prova, tem a família dela aqui. Foi muito impactante", comentou a secretária.

O projeto de incentivo à atleta, segundo Guandalini, foi mantido por duas gestões, mas em uma troca de administração o apoio foi suspenso e Souza mudou-se para Cascavel, atendendo a um convite para que treinasse naquele município. Em Cascavel, a atleta mantinha atualmente o Clube de Corrida Adriana de Souza com o objetivo de prestar assessoria esportiva para atletas de corrida iniciantes e avançados.

Na noite de domingo, durante a festa da chegada do Papai Noel a Ibiporã, foi feita uma homenagem a Souza.

O presidente da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), Warlindo Carneiro da Silva Filho, também lamentou a morte da atleta. "Ela foi um ícone no atletismo brasileiro porque subiu três vezes ao pódio da São Silvestre, correndo em uma época em que havia muitos quenianos e outros estrangeiros. Ganhou várias vezes o cross country, de longa distância, e morreu em uma cirurgia aparentemente boba", disse. "Sou muito religioso e acredito piamente que o único dia certo que a gente tem na vida é o dia da morte. Lamentamos a perda pela forma como aconteceu, estamos muito sentidos. A confederação está de luto."

A família autorizou a doação de órgãos da atleta. A captação das córneas foi feita na noite de domingo por especialistas da Uopeccan - Hospital do Câncer de Cascavel.

O marido de Souza, Cláudio Roberto Paixão Néia, disse que não foram administrados à esposa anticoagulantes porque a cirurgia no joelho, por ser de pequeno porte, não ofereceria maiores riscos. Ele afirmou que ainda não sabe se tomará medidas para que haja alguma investigação sobre a morte da maratonista, para apurar se houve alguma falha de atendimento. "Nós acabamos de enterrá-la. Por enquanto, não planejamos nada, mas não posso dizer se no futuro também será assim", comentou. (Colaborou Fábio Galão)


Simoni Saris/FOLHA DE LONDRINA

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