Corpo de maratonista é sepultado em Cascavel
Vice na São Silvestre de 2002 foi um dos grandes momentos da carreira da atleta |
A secretária municipal de Esportes de Ibiporã, Cláudia Guandalini, lamentou a morte da atleta. Souza iniciou sua carreira na cidade. Treinava praticamente sozinha, sem incentivos, e só depois de treinar por um período em São Paulo e conseguir destaque em uma edição da Corrida Internacional de São Silvestre o município decidiu iniciar um projeto para apoiá-la. Em sua homenagem, foi criada a Prova Pedestre Adriana de Souza, inserida nas comemorações do Dia do Trabalho e que neste ano chegou à 18ª edição. "Para a gente foi um choque. Uma pessoa saudável. É uma perda muito grande para Ibiporã. Todos os anos a Adriana estava aqui, participava da prova, tem a família dela aqui. Foi muito impactante", comentou a secretária.
O projeto de incentivo à atleta, segundo Guandalini, foi mantido por duas gestões, mas em uma troca de administração o apoio foi suspenso e Souza mudou-se para Cascavel, atendendo a um convite para que treinasse naquele município. Em Cascavel, a atleta mantinha atualmente o Clube de Corrida Adriana de Souza com o objetivo de prestar assessoria esportiva para atletas de corrida iniciantes e avançados.
Na noite de domingo, durante a festa da chegada do Papai Noel a Ibiporã, foi feita uma homenagem a Souza.
O presidente da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), Warlindo Carneiro da Silva Filho, também lamentou a morte da atleta. "Ela foi um ícone no atletismo brasileiro porque subiu três vezes ao pódio da São Silvestre, correndo em uma época em que havia muitos quenianos e outros estrangeiros. Ganhou várias vezes o cross country, de longa distância, e morreu em uma cirurgia aparentemente boba", disse. "Sou muito religioso e acredito piamente que o único dia certo que a gente tem na vida é o dia da morte. Lamentamos a perda pela forma como aconteceu, estamos muito sentidos. A confederação está de luto."
A família autorizou a doação de órgãos da atleta. A captação das córneas foi feita na noite de domingo por especialistas da Uopeccan - Hospital do Câncer de Cascavel.
O marido de Souza, Cláudio Roberto Paixão Néia, disse que não foram administrados à esposa anticoagulantes porque a cirurgia no joelho, por ser de pequeno porte, não ofereceria maiores riscos. Ele afirmou que ainda não sabe se tomará medidas para que haja alguma investigação sobre a morte da maratonista, para apurar se houve alguma falha de atendimento. "Nós acabamos de enterrá-la. Por enquanto, não planejamos nada, mas não posso dizer se no futuro também será assim", comentou. (Colaborou Fábio Galão)
Simoni Saris/FOLHA DE LONDRINA
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