Plano de Segurança de Barragens do Paraná segue em fase de elaboração
Esta semana completa um mês da tragédia em
Brumadinho, Minas Gerais. O problema acendeu um sinal de alerta em todo
Brasil, principalmente no que diz respeito ao tempo de vida útil de uma
barragem, podendo ser de dois até cem anos,
segundo especialistas, variando de acordo com o tamanho do lago
envolvido na sua construção ou do tipo de rejeito depositado.
Preocupado com as futuras gerações e para
evitar novas tragédias, o Deputado Estadual Requião Filho (MDB/PR) deu
início a elaboração de um projeto que pretende mapear e estabelecer um
regulamento, que implique diretamente no controle
de construção e segurança em áreas de
barragens paranaenses.
Porém, devido a complexidade
do assunto, o parlamentar tem empenhado esforços, neste primeiro
momento, para reunir informações a partir de estudos e mapear a situação
das barragens existentes.
De acordo com informações de técnicos e
engenheiros consultados, a maior preocupação pode estar nas pequenas
estruturas de barragens, que sequer são de conhecimento público. Por
isso, foram encaminhados ofícios a todos os 399 municípios,
a fim de coletar dados estatísticos sobre a existência de barragens
artesanais e as primeiras respostas já começaram a chegar.
“Já recebemos o retorno de três municípios;
Palmital, Bom Jesus do Sul e Santa Izabel do Oeste. Estas primeiras não
acusam a existência de nenhuma estrutura de barragem, mas sabemos que
existem centenas espalhadas pelo Paraná sem
qualquer controle mapeamento ou fiscalização. O importante de tudo isso
não é proibir, mas aperfeiçoar a segurança, em especial das famílias
que moram próximas, garantir a manutenção e o monitoramento das
estruturas construídas. Nossa ideia é criar uma regulamentação
a partir de normas eficazes de segurança, tanto para as novas quanto
para as antigas
barragens”, justificou.
Na última semana, o deputado encaminhou
também diversos questionamentos ao Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia (CREA), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Águas Paraná,
Instituto de Cartografia e Geologia do Paraná, Defesa
Civil, Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Copel e a
Sanepar, a respeito da participação destes órgãos no Comitê Paranaense
de Segurança de
Barragens.
“Diante deste diagnóstico, poderemos saber o
que de fato é feito em relação a segurança no Estado e traçar
estratégias efetivas para compor nosso projeto. Precisamos ainda saber o
que acontece depois de completo o tempo de vida
útil de uma barragem, afinal toda estrutura tem começo, meio e fim.
Ainda faltam respostas sobre em quais casos há necessidade de
desativação de uma barragem, quais os planos dos engenheiros
responsáveis por essas estruturas e o que podemos fazer para garantir
a segurança de todo esse sistema, em todos os processos”, completou.