Descoberta a maior queda livre de São Paulo com 124,2 metros
Cascata Grande, em Pedregulho, nunca havia sido medida; a missão coube a um grupo de voluntários acompanhados pela equipe do TG. |
A missão não foi fácil. Para acessar o poço da cachoeira a equipe teve que caminhar por mais de três horas pelo córrego Biasol, um curso d´água estreito e com muitas pedras soltas no fundo. Outros integrantes da expedição desceram a cachoeira de rapel.
A medição foi realizada utilizando duas técnicas: a primeira foi uma corda esticada desde o topo até o poço. A medição resultou em 126,80 metros. A segunda técnica, mais precisa e sofisticada, foi com auxílio de um GPS, que coleta coordenadas a partir da constelação de satélites e tem precisão de centímetros. Resultado: 124,2 metros.
A maior queda livre de São Paulo era uma incógnita até o último
final de semana. A revelação foi ao ar no
programa Terra da Gente de sábado: a Cascata Grande, no município de
Pedregulho, é o maior salto natural do estado com altura entre 124,2 e 126,8 m.
A constatação foi feita por uma expedição técnico-científica da qual a equipe
do TG fez parte.
Localização
A cascata fica no
Parque Estadual Furnas do Bom Jesus, norte de São Paulo, na divisa com Minas
Gerais. O parque, com 2.069 hectares, foi criado em 1989 e se transformou num
oásis de preservação rodeado de lavouras de cana-de-açúcar, cidades e rodovias.
Fica a 45 km de Franca e 130 km de Ribeirão Preto, dois dos mais
importantes polos econômicos do estado. O relevo escarpado, em forma de cânions
com encostas florestadas, tem desníveis de até 200 metros. Nas áreas de maior
altitude predomina o Cerrado, enquanto as encostas e partes baixas são cobertas
por Mata Atlântica.
A expectativa é de que a
Cascata Grande entre na lista da população como um ponto turístico imperdível
no estado
— Gabriel Pereira, gestor do
Parque
Medição: desafios e
constatações
O aspecto selvagem foi historicamente o
maior obstáculo para a medição da Cascata Grande. Na década de 90 ocorreram
duas tentativas: uma delas feita por engenheiros responsáveis por captar dados
geográficos da Força Aérea Brasileira (FAB). Mas a equipe foi surpreendida por
uma chuva de granizo e abortou a missão. Meses depois uma dupla de montanhistas
tentou medir a cachoeira novamente, utilizando uma corda de 100 metros, mas ela
não alcançou o poço.
Dezenove anos depois a missão foi
aceita por um grupo de 17 voluntários: geógrafos, engenheiros florestais,
biólogos, turismólogos, especialistas em rapel e a equipe do TG. “Decidimos
medir a cachoeira porque os dados disponíveis até o momento ainda geravam
incertezas e imprecisões. Uma medição precisa seria capaz de esclarecer a
comunidade científica sobre esta ocorrência, além de elucidar a hipótese desta
formação ser a maior queda d’água livre paulista”, disse o turismólogo Márcio
Paccola Langoni, um dos organizadores da expedição.
Existem cachoeiras maiores em São Paulo. A Água Branca, em
Ubatuba, tem 180 metros e a do Pretos, em Joanópolis, 154 metros. Mas a Cascata
Grande, em Pedregulho, é a maior em queda livre, ultrapassando a Cachoeira do
Itambé, em Cássia dos Coqueiros, com 86 metros, considerada até então o maior
salto de São Paulo.
“Certamente a constatação da Cascata Grande como a maior
queda livre de água do Estado de São Paulo é extraordinária. Nos remete à
grandeza e importância da conservação ambiental, principalmente do Cerrado
paulista, bioma que possui uma megadiversidade”, declarou o gestor do Parque
Estadual Furnas do Bom Jesus Gabriel Pereira.
"Batismo"
A equipe da expedição enviou uma nota técnica à Fundação
Florestal do estado, na qual pede o reconhecimento oficial da altura e sugere
que a atual “Cascata Grande” seja rebatizada para “Salto de Pedregulho” já que
tecnicamente é um salto e não uma cascata.
Segundo a Enciclopédia Barsa
(2004) cascata é quando há o escalonamento de rochas e
degraus, e salto ocorre quando um rio se precipita direta e
verticalmente por um abismo rochoso. Justamente o caso da cachoeira de
Pedregulho
A
Fundação ainda está analisando o pedido, no entanto, o gestor do parque
acredita que a revelação por si só vai aumentar a procura de visitantes.
"A expectativa é de que a Cascata Grande entre na lista da população como
um ponto turístico imperdível no estado e que passem a visitar com mais
frequência o atrativo e todo o Parque, que possui outros atrativos e
cachoeiras", finaliza.
SERVIÇO
É
permitida a visitação à parte alta da cachoeira. A atividade é gratuita.
Telefone: (16) 3171-1118
E-mail: pe.furnas@fflorestal.sp.gov.br
Telefone: (16) 3171-1118
E-mail: pe.furnas@fflorestal.sp.gov.br
Horário
de funcionamento: das 8h às 17h , de segunda-feira a domingo
Visitas monitoradas diárias à Cascata Grande: 8H30 / 10H30 / 13H30 / 15H30
Visitas monitoradas diárias à Cascata Grande: 8H30 / 10H30 / 13H30 / 15H30
FONTE
– GLOBO.COM
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