Justiça determina que vereadora acusada de chefiar organização criminosa seja afastada e use tornozeleira, em São Miguel do Iguaçu
A Justiça determinou que a vereadora Flávia Dartora
(Replubicanos) de São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, seja afastada do
cargo por seis meses, sem receber salário, use uma tornozeleira eletrônica e
pague multa de quase R$ 100 mil.
Segundo o Ministério
Público do Paraná (MP-PR), a vereadora é ré e responde por chefiar, com o
marido André Fernandes, uma organização criminosa suspeita de peculato,
falsidade ideológica, fraude a licitação e lavagem de dinheiro. A decisão foi
divulgada nesta quarta-feira (18).
Esquema
Conforme o Ministério
Público, a vereadora e o marido criaram uma empresa formada por 'laranjas'.
A falsa empresa foi
contratada em 2018, pela Prefeitura de São Miguel do Iguaçu. Segundo o MP, a
empresa deveria prestar o serviço de convivência e fortalecimento de vínculos
para crianças em situação de vulnerabilidade social.
De acordo com o MP-PR, o casal fraudava a lista de alunos
atendidos. Em 2019, ainda conforme as investigações, foram desviados mais de R$
120 mil.
A empresa criada repassava valores
mensais à vereadora e ao marido dela, segundo a denúncia. Além de fazer o
pagamento de despesas pessoais e realizar depósitos para o partido da
vereadora.
A defesa do casal disse que eles não se
pronunciarão sobre o caso.
A Câmara de Vereadores de São Miguel do
Iguaçu informou que não foi notificada sobre a decisão da Justiça que afastou a
vereadora.
Operação W.O.
Segundo o MP-PR,
Dartora foi denunciada criminalmente, com outras sete pessoas, durante as
investigações que cumpriram mandados de prisão e busca e apreensão na Operação W.O.
Na operação deflagrada, que ocorreu em 13 de novembro, foi
apurado que os investigados usavam 'laranjas' para fraudar licitações para
fornecimento de pedras para o município de São Miguel do Iguaçu.
O marido da vereadora foi preso durante
a operação, mas foi aceito o pedido de habeas corpus, segundo o MP, e Fernandes
responde em liberdade com o uso de uma tornozeleira eletrônica.
FONTE – G1 PR