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Celso de Mello arquiva pedido para apreender celular de Bolsonaro

O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, decidiu nesta segunda-feira, dia 1ยบ, atender ao pedido da Procuradoria-Geral da Repรบblica (PGR) e arquivou o pedido apresentado por partidos da oposiรงรฃo para apreender os celulares do presidente Jair Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do chefe do Executivo.
Os partidos PDT, PSB e PV haviam solicitado ao Supremo a apreensรฃo dos aparelhos “o quanto antes, sob pena de que haja tempo suficiente para que provas sejam apagadas ou adulteradas” dentro das investigaรงรตes sobre interferรชncia polรญtica do presidente na Polรญcia Federal.
O mero encaminhamento ร  PGR dos pedidos de apreensรฃo do celular de Bolsonaro e de Carlos levou o ministro do Gabinete de Seguranรงa Institucional (GSI), Augusto Heleno, a divulgar nota em que afirma considerar “inconcebรญvel” a requisiรงรฃo. Heleno afirmou ainda que, caso aceita, a medida poderรก ter “consequรชncias imprevisรญveis para a estabilidade nacional”.
“O Gabinete de Seguranรงa Institucional da Presidรชncia alerta as autoridades constituรญdas que tal atitude รฉ uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os Poderes e poderรก ter consequรชncias imprevisรญveis para a estabilidade nacional”, disse Heleno, em nota.
A nota assinada por Heleno foi autorizada por Bolsonaro e chancelada pelos ministros militares. “Eu olhei e falei: ‘O senhor fique ร  vontade’”, relatou o presidente no dia em que o comunicado do general foi divulgado. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, tambรฉm endossou a nota. “A simples ilaรงรฃo de o presidente da Repรบblica ter de entregar o seu celular รฉ uma afronta ร  seguranรงa nacional”, afirmou.
Depois da manifestaรงรฃo de Heleno, um grupo de 90 oficiais da reserva do Exรฉrcito divulgou uma nota de apoio ao ministro do GSI, na qual atacam o Supremo e falam em “guerra civil”.
‘Desobediรชncia presidencial’
Ao arquivar o pedido, o ministro Celso de Mello alertou o presidente que descumprir ordem judicial implica “transgredir a prรณpria Constituiรงรฃo da Repรบblica, qualificando-se, negativamente, tal ato de desobediรชncia presidencial”.
No dia 22, em entrevista ร  Rรกdio Jovem Pan, Bolsonaro disse que, mesmo que houvesse uma decisรฃo judicial neste sentido, nรฃo entregaria seu aparelho. “No meu entender, com todo o respeito ao Supremo Tribunal Federal, nem deveria ter encaminhado ao Procurador-Geral da Repรบblica. Tรก na cara que eu jamais entregaria meu celular. A troco de quรช? Alguรฉm estรก achando que eu sou um rato para entregar um telefone meu numa circunstรขncia como essa?”, afirmou o presidente.
As declaraรงรตes de Bolsonaro foram lembradas pelo ministro em sua decisรฃo. “Notรญcias divulgadas pelos meios de comunicaรงรฃo social revelaram que o Presidente da Repรบblica ter-se-ia manifestado no sentido de nรฃo cumprir e de nรฃo se submeter a eventual ordem desta Corte Suprema que determinasse a apreensรฃo cautelar do seu aparelho celular, muito embora sequer houvesse, naquele momento, qualquer decisรฃo nesse sentido, mas simples despacho de encaminhamento dos autos (ร  PGR)”, observou o decano.
– Informaรงรตes do Estadรฃo.

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