Delegada descarta envolvimento de suspeito em duplo homicídio por dívida de pedras preciosas após depoimento, em Curitiba
![]() |
Advogado Ygor Kalluff foi morto durante um acerto de contas em um posto de combustíveis, em Curitiba — Foto: Arquivo pessoal |
Um homem suspeito de envolvimento na morte de duas pessoas em um posto de combustíveis, no
Centro de Curitiba, se apresentou à polícia e teve a
participação descartada neste sábado (13) após prestar depoimento. A informação
foi confirmada pela delegada Tathiana Guzella, responsável pela investigação.
"Esse [ouvido neste sábado],
dos cinco suspeitos iniciais, não é mais investigado. Tivemos a corroboração
dos elementos colhidos ontem à noite junto com demais elementos trazidos pelo
próprio", afirmou a delegada.
O crime foi na tarde de quinta (11), na Rua Brigadeiro Franco. O
advogado Ygor Kaluff, de 40 anos, e o amigo que o acompanhava, Henrique Mendes
Neto, de 38 anos, foram mortos a tiros na loja de conveniência do posto durante
a cobrança de uma dívida por pedras preciosas.
O empresário Bruno Ramos Caetano foi preso na sexta-feira (12)
suspeito de ser o mandante do crime que, segundo a polícia,
ocorreu durante a cobrança da dívida. Nas imagens de câmeras de segurança
aparecem três homens armados - dois atiram.
Segundo ela, os outros quatro suspeitos de serem os três homens
armados na cena do crime não são considerados foragidos. "Vamos aguardar
as provas técnicas para corroborar com as subjetivas [depoimentos] e pedir as
prisões", disse.
Tathiana contou que o carro usado pelo empresário para levar os
homens ao posto passou por perícia na noite de sexta. Ela disse também que
outras perícias estão feitas, como no celular do empresário, e que a polícia
tem recebido diversas denúncias anônimas.
"Estamos em uma fase adiantada da
investigação, muitas pessoas não dormem desde que iniciou tudo isso",
afirmou a delegada.
O advogado de defesa do homem que
prestou depoimento neste sábado, Jeffrey Chiquini, afirmou que ficou provado
que ele não é um dos atiradores. Segundo ele, no momento do crime o rapaz
estava em outro local e que imagens e testemunhas comprovam.
O que diz uma das principais testemunhas
O ourives que vendeu as pedras preciosas - obtidas de um
fornecedor de São Paulo - ao empresário Bruno Ramos Caetano disse que combinou a
cobrança da dívida com o advogado Ygor Kaluff, que se
passaria por representante desse fornecedor - a quem o ouvires também deve.
A versão do ourives indica que a ideia de fazer a cobrança ao
empresário pessoalmente, em nome do fornecedor, foi do próprio advogado, de
quem ele era amigo e comentou sobre a dívida. Ele disse que foi ao local com o
empresário, como parte do combinado com Ygor.
A testemunha disse que vendeu R$ 480 mil em esmeraldas e
diamantes ao empresário no fim do ano passado e que, desde então, não recebeu.
Ele afirmou que estava recebendo cobranças do fornecedor por um pagamento de R$
150 mil.
O que diz a defesa do empresário
O advogado de defesa do empresário, Cláudio Dalledone Júnior,
contesta a versão da testemunha e diz que o ourives também tem que ser
investigado. Ele disse que vai pedir que a polícia faça uma acareação entre os
dois - confrontando-os frente a frente.
"Não se tem nada dentro do inquérito, senão o depoimento de
uma pessoa que estava na mesma condição do Bruno naquela mesa. E essa versão
está sustentando todo o enredo que a delegada vai tentar fazer provar",
afirmou.
Ainda de acordo com o advogado, os atiradores precisam ser
ouvidos, e o cliente dele indicou quem são as pessoas. "O Bruno não mandou
e não mandaria matar ninguém", disse.
A família do advogado disse que Ygor
Kaluff deixa dois filhos, uma esposa e uma mãe que dependia financeiramente
dele. O G1 tenta localizar os
advogados da família de Henrique Mendes Neto.
FONTE – G1 PR