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Suspeito de ser mandante de duplo homicídio disse que se sentiu ameaçado por advogado

Do G1 – Empresário Bruno Ramos Caetano, preso preventivamente, suspeito de ser o mandante do duplo homicídio em um posto de combustíveis, em Curitiba, disse à Polícia Civil, logo após ser preso, que recebeu ameaças por mensagens do advogado Igor Kaluff antes do encontro na loja de conveniência.
“Ele me destratou, me ameaçou. Me xingou, falou que sabia onde eu morava, quem a minha esposa era, onde minha mãe morava em São José dos Pinhais, quem meu pai era, que ela era bandido e por isso foi preso. Enfim, narrou o histórico da minha família”, contou Bruno.
O vídeo do interrogatório do empresário foi obtido pela RPC.
O crime foi registrado por câmeras de segurança, na quinta-feira (11), no Centro da capital. O advogado Igor Kaluff, que tinha 40 anos, e o amigo e motoboy Henrique Mendes Neto, de 38 anos, foram mortos a tiros no posto durante a cobrança de uma dívida por pedras preciosas no valor de R$ 480 mil.
As vítimas não estavam armadas, segundo a delegada Tathiana Guzella, que é responsável pelas investigações.
A dívida pelas pedras ocorrida desde o fim do ano passado a um ourives de Curitiba, segundo Bruno. O ourives também estava no posto de combustíveis, segundo a Polícia Civil. O advogado que foi morto a tiros era amigo do ourives e, segundo ele, se propôs a intermediar a negociação.
O empresário disse à polícia que, por conta da ameaça, decidiu chamar um conhecido, que se chama Júnior, para ir junto ao encontro. Ele disse que o homem pediu que ele levasse também, no carro, os outros dois homens. Bruno declarou à delegada Tathiana que não sabia que nenhum dos três estava armado.
Os três suspeitos tiveram a ordem de prisão preventiva – por tempo indeterminado – decretada pela Justiça no domingo (14). Contudo, até a publicação da reportagem não tinham sido presos. Dois deles são considerados foragidos.
As imagens das câmeras de segurança mostram que durante o encontro houve uma discussão. Nesse momento, o empresário e o vendedor de pedras preciosas saem da loja. Segundo a polícia, antes de sair, o empresário fez um sinal para que os homens armados atirassem.
“Ele [Bruno Ramos Caetano] é a pessoa que levou os três atiradores, isso ele mesmo admitiu. Foi contratado um e pegou os três homens em Araucária”, afirmou a delegada.
O empresário pode responder por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, mediante dissimulação e para assegurar a impunidade de outro crime. Ele está preso preventivamente.

O outro lado

A família de Igor Kaluff disse que está em reunião com um advogado para fazer a defesa dele no caso.
O advogado de defesa do empresário, Cláudio Dalledone Júnior, pediu, na segunda (15), que seja feita uma acareação (confrontar frente a frente) entre Bruno Ramos Caetano e o vendedor das pedras. Ainda não houve decisão sobre o pedido.
A defesa voltou a negar que o empresário tenha sido o mandante do crime.
“Quem manda matar, não vai com os autores até o local. Quem manda matar, não vai com o carro dele. Quem manda matar, não marca no ponto mais central de Curitiba com várias câmeras, de dia. Isso não existiu”, afirma o advogado.

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