Presos foram assassinados antes de incêndio na cadeia de Ibiporã, diz polícia
FOLHA DE LONDRINA |
Um incêndio que começou perto das 21h40 desta
segunda-feira (17) destruiu boa parte da cadeia de Ibiporã, estima a Polícia
Civil. De acordo com o perito criminal José Denílson, do Instituto de Criminalística,
seis presos foram mortos antes e depois carbonizados. Os corpos ainda não foram
identificados pelo Instituto Médico Legal de Londrina, para onde foram
removidos. O Corpo de Bombeiros controlou as chamas em uma operação que só
terminou na madrugada desta terça.
"Vimos
muitas lesões na cabeça, possivelmente provocadas por barras de ferro. A
carbonização foi parcial. A maioria acabou sendo intoxicada pela fumaça",
detalhou Denilson. A notícia de que a carceragem estava sendo incendiada
mobilizou parentes dos detentos. Do lado de fora e com os ânimos exaltados,
eles aguardavam mais informações.
O
delegado de Ibiporã, Vitor Dutra de Oliveira, disse que os homicídios
aconteceram possivelmente por uma briga entre gangues rivais. "Se não
tivéssemos atuado e chegado rápido, a situação seria muito mais grave. Abrimos
uma das galerias para que outros presos não morressem intoxicados. Vamos abrir
um inquérito para tentar identificar os responsáveis. Acreditamos que o fogo
começou em colchões e depois se alastrou", comentou em entrevista
coletiva.
Segundo
o tenente Felipe Ciniciato, do 5º Batalhão, equipes da Polícia Militar de
cidades da região ajudaram no isolamento. "Durante esse período,
permanecemos na área externa, mantendo os curiosos e familiares. Após a chegada
do IML, concluímos a operação e encontramos alguns cadáveres dentro da
cadeia", explicou.
A
tragédia aconteceu quase uma semana depois da Secretaria Estadual de Segurança
Pública (Sesp) assinar um convênio com a prefeitura da cidade para transferir a
sede administrativa da delegacia. Ainda sem data para a mudança, os policiais
civis vão trabalhar em um imóvel que terá o aluguel pago pelo município. O novo
espaço fica na Avenida dos Estudantes, região central, perto do Hospital Cristo
Rei. O Estado vai arcar com os outros custos, como internet, luz e água.
Vitor
Dutra salientou que, por enquanto, não há prazo para a transferência. A
superlotação na unidade prisional é outro problema difícil de ser solucionado.
No dia 12 de agosto, o delegado pediu à juíza criminal de Ibiporã, Camila
Covolo de Carvalho, a transferência de presos condenados e os que têm direito
ao benefício do regime aberto ou semiaberto. No documento, Oliveira ressaltou
que o local, com capacidade máxima para abrigar 35 pessoas, estava com
135.
FONTE – FOLHA DE LONDRINA
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