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Incentivado pela Cocamar, trigo branqueador ganha espaço no norte do Paraná

COCAMAR - UNI DADE DE SANTA CECÍLIA DO PAVÃO - RICARDO(GERENTE) E O ENGENHEIRO AGRÔNOMO LEANDRO LUPPI.

Proposto pela Cocamar como uma alternativa para que os produtores de trigo agreguem mais valor ao seu negócio, o cultivo de variedades branqueadoras vem chamando a atenção em regiões atendidas pela cooperativa, no norte do Paraná. Neste ano, com mais de 60% da colheita já realizada, dos cerca de 86 mil hectares mantidos com trigo, que é uma cultura de inverno – e, por isso, se encaixa no intervalo entre as safras de soja, o carro-chefe da agricultura paranaense – as variedades branqueadoras compõem 10% do total e os resultados são animadores.

Esse tipo de trigo atende a uma demanda do moinho da própria Cocamar, localizado em Marialva, região de Maringá, especializado na produção de farinhas especiais. A cooperativa concede um bônus de R$ 4,00 por saca desde que a produção atenda a qualidade desejada.

De acordo com o gerente técnico Rafael Furlanetto, a demanda industrial exige matéria-prima de qualidade. “O trigo branqueador é um produto especial pois viabiliza todos os elos da cadeia”, diz, mencionando que as cultivares mais utilizadas nesta safra, TBIO Duque e OR Madre Pérola, são modernas, mais sadias e produtivas. Furlanetto explica que os produtores tiveram nesta safra a oportunidade de avaliar o desempenho das cultivares a campo e a expectativa é que invistam na expansão das áreas em 2021.

Desde o final de 2017 a Cocamar conta com uma Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) em São Sebastião da Amoreira, município da região de Londrina. Com isso, a cooperativa opera também na produção e no fornecimento de sementes aos seus produtores, ciclo que se fecha com o encaminhamento da produção para o moinho próprio.

Nesse segmento de sementes de trigo, a cooperativa conta com o suporte de empresas especializadas em genética, como a Biotrigo Genética. Segundo o supervisor comercial da mesma, Gabriel Guarido, diante de um consumidor cada vez mais exigente, indústrias inovando e qualificando seus produtos e o triticultor buscando alternativas para ter mais rentabilidade, o mercado de trigos diferenciados se expande a cada safra. “O trigo branqueador é um exemplo de como técnicas modernas de melhoramento genético evoluíram para atender a essas demandas”, diz.

O engenheiro agrônomo Lincoln Simonini, que presta atendimento técnico aos produtores em São Sebastião da Amoreira, explica que o cultivo do trigo branqueador não exige nenhum cuidado a mais em relação às outras variedades. No entanto, conforme se observa na safra em andamento, o branqueador apresentou mais sanidade e e também mais produtividade.

O produtor Marcos Nakamura cultiva 29 hectares no município e confirma que, além da boa sanidade da lavoura, os cachos maiores chamaram sua atenção e os resultados obtidos superaram as expectativas. Tradicional produtor de trigo, neste ano ele decidiu plantar toda a sua área com variedades branqueadoras propostas pela Cocamar. Ao final, para uma média regional de produtividade de 49,5 sacas por hectare, Nakamura colheu 66,1 sacas/hectare e com o adicional assegurado de R$ 4,00 por saca, é como se tivesse colhido 70,2 sacas/hectare, um recorde.

Considerando a cotação do cereal a R$ 64,00 a saca na quarta-feira (16), mais os R$ 4,00 de bônus, o faturamento bruto de Nakamura foi de R$ 4,495,00 por hectare, para um custo equivalente a 28,9 sacas (R$ 1.967,00) nessa unidade de área.

“Deu tudo certo, é a nossa melhor média em todos os tempos”, afirma Nakamura, lembrando que quando decidiu destinar 100% de suas terras para o cultivo desse tipo de trigo, que não tem tradição regional, alguns vizinhos estranharam e diziam que ele estava correndo um risco maior por não saber como se comportariam tais variedades. “Eu confiei no projeto da cooperativa”, afirma, lembrando que poderia ter colhido ainda mais, não fosse pela ocorrência de uma estiagem durante a fase de desenvolvimento da lavoura. 

Nakamura comenta que seu trigo acabou virando motivo de peregrinação de produtores do entorno, interessados em saber sobre o seu desempenho. “Com certeza muita gente vai plantar no ano que vem, o trigo branqueador vai ganhar bastante espaço por aqui.”

Em Congoinhas, na mesma região, a família Dal Santos cultiva 968 hectares, dos quais 363 com variedades branqueadoras. São quatro irmãos envolvidos na lavoura e a expectativa deles é fechar a safra alcançando uma produtividade entre 49,5 a 53,7 sacas/hectare. De acordo com Nisael Dal Santos, a proposta da Cocamar é interessante, pois “fortalece a triticultura regional”.

Por causa da altitude, o inverno normalmente é mais frio, o que torna a região imprópria para o milho de segunda safra e mais favorável ao trigo que, explica Dal Santos, deixa muita palha no solo, beneficiando o plantio direto e inibindo o surgimento de ervas. Ao final, a palha se incorpora ao solo como matéria orgânica.

Em outra propriedade em Nova Fátima, o gestor João Vítor dos Santos afirma não ver ponto negativo no trigo branqueador, que ocupa 314,6 hectares de um total de 525,14 mantidos com o grão. “A produtividade é boa e a sanidade também”, diz, estimando ampliar a área no ano que vem.

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