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Paraná pode ser o terceiro maior polo de produção de vacinas do país


 O Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar já protocolou junto ao governo federal o anteprojeto para construção de uma planta multivacinas na sua unidade da Cidade Industrial em Curitiba. A informação foi confirmada pela direção do Tecpar nesta semana durante visita técnica da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Michele Caputo (PSDB).

A nova fábrica teria capacidade para produzir vacinas contra a COVID-19, além de outras doenças conforme a necessidade do Sistema Único de Saúde. O investimento chegaria a quase R$ 1,2 bilhão e colocaria o Tecpar como o terceiro maior pólo de produção de vacinas do país, atrás apenas de institutos já consolidados como o Butantan (SP) e Biomanguinhos/Fiocruz (RJ) – ambas que já saíram na frente com parcerias para produção de vacinas contra a covid-19.

Durante a visita, o deputado Michele Caputo elogiou o projeto do Tecpar e enalteceu disposição da diretoria em buscar soluções para fortalecer o sistema de saúde brasileiro. “Temos o maior programa de vacinação do país. Mas situações como essa, da pandemia, nos mostram que é sempre preciso avançar. Não podemos ficar dependentes de outros países. Temos que investir aqui”, ressaltou o deputado, que garantiu o seu apoio ao projeto e vai inclusive buscar interceder junto ao governo federal para liberação dos recursos necessários para a obra.

Essa foi a primeira das visitas programadas pela Frente Parlamentar para avaliar a situação das potenciais vacinas a serem adquiridas pelo Governo do Estado do Paraná. No caso do Tecpar, já existe uma parceira formalizada com o Instituto Gamaleya e o Fundo de Investimento Direto da Russia para o desenvolvimento de uma possível fase 3 de testes da vacina Sputinik V. “Os hospitais universitários estaduais serão utilizados como centros de pesquisa clínica para uma possível transferência de tecnologia e produção das vacinas no Paraná”, afirmou o presidente do Tecpar, Jorge Callado.

Além disso, caso o imunizante seja aprovado pela Anvisa, a vacina também pode ser produzida nesta nova planta a ser construída pelo Tecpar.

A formalização de parcerias com outros institutos e indústrias farmacêuticas também não está descartada.

A visita técnica foi também teve a presença do cônsul honorário da Federação da Rússia, Acef Said. Segundo ele, nesta semana técnicos responsáveis pela vacina russa estiveram na Anvisa, em Brasília, dando mais informações às autoridades brasileiras sobre o desenvolvimento da Sputinik V com vistas ao futuro registro da vacina.

Parceria – A vacina russa necessita de duas doses para fazer efeito. Ela é um imunizante de vetor viral, ou seja, usa dois adenovírus humanos, que não oferecem risco às pessoas, junto com a coroa do coronavírus. Isso induz o organismo a produzir anticorpos contra o coronavírus. Hoje, o Tecpar já produz vacina antirrábica e fornece para o SUS (Sistema Único de Saúde).

Potencial – Michele Caputo destacou ainda que a reunião foi esclarecedora. “O processo tem acontecido de maneira muito transparente. Eu, como paranaense, profissional da saúde e deputado estadual eleito pela causa da saúde me sinto com muita tranquilidade para, na segunda-feira, na sessão da Assembleia Legislativa, fazer um relato detalhado e animador desta visita”, salientou.

Após a reunião de apresentação do projeto, os representantes da Frente Parlamentar do Coronavírus conheceram os laboratórios do Tecpar de produção de álcool antisséptico e de vacina antirrábica veterinária.

Logo após o surgimento dos primeiros casos de coronavírus e a escassez de álcool gel no Paraná, foi Caputo quem indicou o governador Ratinho Júnior sobre a possibilidade do Tecpar produzir álcool gel para a rede estadual. “Recebi a ligação do governador e em quase uma semana já organizamos a linha de produção aqui no Tecpar. Hoje abastecemos todo o Estado com álcool gel e isso se deve a essa sugestão do deputado Caputo”, ressalta Callado.

Visitas – Além do Tecpar, os representantes da Frente Parlamentar do Coronavírus visitaram, conheceram a estrutura do Instituto de Biologia Molecular do Paraná, que também está instalado no Parque Tecnológico da Saúde.

Michele Caputo informou que na próxima quinta-feira, 26, a visita será ao Instituto Butantã em São Paulo para conferir detalhes da Coronavac, vacina produzida em parceria do governo de São Paulo com o laboratório chinês Sinovac. E também, em São Paulo, está previsto o encontro à diretoria da Pfizer que também entrou na corrida pela vacina.

Outra provável visita, ainda a ser confirmada, se dará na Fiocruz no Rio de Janeiro, onde está sendo produzida a vacina da parceria do Governo Federal, Astrazeneca e Universidade de Oxford, na Inglaterra.

FÁBIO CAMPANA

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