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MP-PR denuncia presos por ameaçarem comerciantes com ligações de dentro da cadeia de Cornélio Procópio


 

Seis presos da Cadeia Pública de Cornélio Procópio, no norte pioneiro do Paraná, foram denunciados pelo Ministério Público do estado (MP-PR) por aplicarem golpes em comerciantes, em ligações feitas de dentro da prisão.

 

Segundo a denúncia, apresentada na quinta-feira (13), os detentos pesquisavam telefones de estabelecimentos comerciais da região para escolher as vítimas.

 

Eles ligavam para os empresários, usando nomes de traficantes conhecidos e pediam dinheiro, intimidando-os. Conforme o MP-PR, entre outros tipos de ameaças, os denunciados diziam aos empresários que, caso os valores exigidos não fossem pagos, “colocariam seus moleques para roubar”.

 

As ligações telefônicas foram interceptadas durante a Operação Alcateia, do MP-PR, que revelou que pelo menos 16 empresários foram extorquidos entre julho e agosto de 2021.

 

Em uma das ligações, divulgada pelos promotores, os denunciados revelavam as ameaças aos comerciantes.

Preso: "Você conhece eu, não conhece? Sou o patrão da molecada aqui da biqueira aqui. Nunca ouviu falar de mim? É que assim, para não colocar a molecada pra roubar, pra fazer esse tipo de parada, soltar arma na mão dessa molecada, porque essa molecada tudo nova, tudo louco, pra dar um tiro num e fazer uma cagada ai".

 

Os detentos, para determinadas vítimas, prometiam sigilo da negociação criminosa. Em outro caso denunciado, o detento aparentava oferecer uma suposta proteção ao empresário, em troca do dinheiro exigido.

 

Preso: "Você entendeu? Se alguém mexer com você aí, você pode me ligar, a gente manda buscar, devolver onde tiver e manda quebrar as pernas ainda, entendeu, mano? Porque você sabe, eu não gosto desse negócio de roubo, não é comigo".

 

Em um dos áudios gravados na operação, uma vítima dá a entender que já tinha sido alvo de extorsão antes.

·         Comerciante: "De novo? Eu não posso ficar toda hora ajudando vocês não, rapaz. Duzentão não te quebra o galho?

·         Detento: "Nossa, cara, mais vai faltar e eu não tenho onde tirar".

·         Comerciante: "Se foi 600 e mais 500, eu não aguento não, Deus o livre, eu também trabalho".

·         Detento: "Eu sei que aquele dia foi 600 reais, mas é certeza que eu vou dar tudo para o senhor certinho, vou dar mil e cem real para o senhor, eu vou dar até um jurinho para o senhor".

·         Comerciante: "Não, não, não mexe com isso não. Eu sou velho já e não aguento me esforçar aí pra todo lugar pra economizar".

Todos os denunciados, de acordo com o MP-PR, estão presos e, se condenados pelo caso, podem passar mais tempo na cadeia.

O promotor José Paulo Montesino Gomes da Silva, responsável pela denúncia, comentou que acredita que ela já pode ter alguns efeitos imediatos.

"A tendência é que os crimes cessem porque muitas vezes os presos são transferidos de cela. Nós apuramos que a maioria estava em duas celas, e tinha facilidade para a associação. Acontece de um preso sair para outra unidade, apreensão de aparelhos celulares, o MP entende que essa atividade deve ter cessado, mas o crime nunca para, se renova o tempo todo e tem que estar sempre em cima", disse.

 

FONTE – G1 PR

 

 

 

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