Homem é condenado a mais de 51 anos de prisão por matar casal em briga política após vitória de Lula
Arma usada no crime, segundo a Polícia Militar (PM) — Foto: Reprodução/Polícia Militar
O Tribunal do Júri em Iporã, no noroeste do
Paraná, condenou um homem por atirar contra várias pessoas durante uma
discussão depois do resultado das eleições de 2022 - duas
das vítimas morreram.
O réu foi condenado por porte
ilegal de arma de fogo, disparo de arma de fogo e dois homicídios qualificados.
Segundo a sentença, Erick Hiromi Dias
terá que cumprir uma pena de 51 anos, 7 meses e 15 dias de prisão.
Os jurados não reconheceram os crimes
de tentativa de homicídio. O caso foi em Cafezal do Sul, noroeste
do Paraná, no dia 30 de outubro daquele ano.
Conforme o Ministério Público, o réu apoiava a candidatura de
Jair Bolsonaro e uma das vítimas era apoiadora de Lula.
O julgamento foi realizado nesta quarta-feira (17), no Fórum
de Iporã. A Polícia Civil apurou que o crime aconteceu durante a comemoração de
apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu a eleição, em uma rua
da cidade.
De acordo com a investigação, Erick
discutiu com familiares por questões políticas e saiu atirando contra diversas
pessoas.
Em nota, o advogado de defesa
Alessandro Dorigon afirmou que Erick "está disposto a cumprir a pena, mas
relatou que não atirou em direção às pessoas".
Segundo a defesa, o Tribunal do Júri reconheceu que "o
acusado não estava totalmente consciente, já que faz uso de medicamento
controlado de transtorno bipolar e depressão". O advogado afirmou vai
recorrer por acreditar que a pena de mais de 51 anos "foi muito alta e
desproporcional".
Divergências
políticas
A denúncia do Ministério Público
narra que uma das vítimas mortas, Rosineide da Silva, foi baleada no pescoço
"por tentar acionar o serviço policial para cessar as atividades
criminosas praticadas pelo denunciado".
A outra pessoa que morreu, José
Wellington Lima Barros, foi atingido no peito. O MP afirma que ele foi baleado
"em razão de divergências políticas, pois comemorava a vitória de seu
candidato [Lula], o que causou descontentamento no denunciado, que apoiava o
candidato derrotado [Jair Bolsonaro]".
Rosineide morreu enquanto era levada
ao hospital. Wellington, que vestia uma camisa e usava uma bandeira com imagens
de Lula, morreu após ficar um período internado.
Irmão baleado
Conforme o Ministério Público, Erick
Dias atirou quatro vezes contra o próprio irmão, que estava no meio dos
apoiadores. O rapaz conseguiu correr, foi atingido por um tiro e sobreviveu.
Após atirar contra os apoiadores, o
homem fugiu para Campo
Mourão, onde foi preso pela Polícia Militar (PM) após se hospedar em
um hotel.
O MP afirmou, na denúncia, que Erick
tinha o registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), "o que não lhe
autoriza legalmente a portar a arma de fogo de forma irrestrita, mas apenas durante
o trajeto entre o clube de tiro e o local cadastrado para guarda da arma".
FONTE – G1 PR