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Depressão e ansiedade causaram 149 mil afastamentos do trabalho


 Os números refletem levantamento da Previdência Social em 2023. Especialista em saúde mental, Prof. Dr. Wagner Gattaz descreve os principais agentes associados ao surgimento dessas doenças e os fatores de proteção psicológica de funcionários

Levantamento do Ministério da Previdência Social aponta que depressão e ansiedade foram responsáveis por 149,3 mil benefícios por incapacidade temporária, no Brasil, em 2023 – no extrato relacionado às principais causas de afastamento do trabalho. Neste cenário, dados da Fundação Getúlio Vargas, no ano anterior, revelaram que 63% dos profissionais com algum transtorno mental não receberam apoio de suas lideranças para lidarem com o problema e que 48% acreditam que as empresas pouco ou nada se preocupam com o bem-estar dos trabalhadores. 

“De fato esses dados da FGV estão em linha com os nossos resultados de pesquisa em mais de 100.000 trabalhadores, mostrando que o suporte social no ambiente de trabalho é o fator mais importante de proteção e promoção da saúde mental. O problema é que ainda há muito preconceito relacionado à doença mental, sobretudo no trabalho. Precisamos derrubar esse estigma para tornarmos o diagnóstico e o tratamento acessíveis a todos. Isso resultará em menos sofrimento ao trabalhador e aumento da produtividade laboral”, comenta o Prof. Dr. Wagner Gattaz, médico psiquiatra e CEO da consultoria Gattaz Health & Results. 

O impacto desses transtornos mentais pode ser ainda maior considerando as pessoas não diagnosticadas e o presenteísmo, circunstância em que a pessoa mantém sua frequência ao trabalho, mas não consegue se dedicar integralmente às suas responsabilidades. Profissionais com baixos níveis de bem-estar apresentam produtividade 33% menor quando comparados àqueles com escores elevados [ii]. 

Com trajetória dedicada ao fortalecimento da saúde mental no trabalho, Dr. Gattaz destaca que 33% das pessoas consideram o trabalho o maior fator desencadeante da depressão [ii].  “Isso não surpreende. O trabalho é uma das áreas da vida em que passamos mais tempo. Contudo, muitas vezes, os conflitos no trabalho não são a causa, mas uma consequência da depressão. Consequência da irritabilidade, da queda de produtividade”. 

Dentre os fatores de saúde mental mais prevalentes para o afastamento de trabalhadores estão, por ordem, o transtorno misto ansioso e depressivo; episódios depressivos; episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos; ansiedade generalizada; transtorno depressivo recorrente; episódio atual grave sem sintomas psicóticos; e episódio depressivo moderado. Concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o benefício por incapacidade temporária se destina às pessoas que precisam se ausentar por mais de 15 dias do trabalho por motivo de doença. 

O médico aponta a importância de atentar à saúde mental de colaboradores tanto na construção da cultura organizacional quanto na forma de benefício corporativo. “Os fatores protetores para a saúde mental mais efetivos são a autonomia do trabalhador; a comunicação objetiva e não violenta; e o suporte social – a sensação de pertencer a uma comunidade em que há cooperação mútua”. 

Segundo ele, programas específicos de saúde mental podem contribuir paralelamente ao promover mapeamentos da empresa para o diagnóstico de trabalhadores, identificação de setores com maior propensão a desordens mentais e o aprimoramento de lideranças. “As doenças mentais são muito frequentes, provocam sofrimento à população e ainda geram um custo elevado. Até 2030, estima-se que custo global com doenças mentais será de U$ 6 trilhões. Atuar por meio de medidas preventivas e, quando necessário, de tratamentos pode conferir maior saudabilidade ao corpo de funcionários e, consequentemente, ampliação da produtividade e redução de custos com absenteísmo, presenteísmo e assistência médica conveniada”. 

Fonte - Bem Paraná.

VIA BLOG DO ODAIR MATIAS

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