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Esquema de fraude fiscal no Norte do Paraná pode ter gerado R$ 10 mi de prejuízo

A Deccor (Divisão Estadual de Combate à Corrupção) da Polícia Civil do Paraná em Londrina estima um prejuízo de, pelo menos, R$ 10 milhões provocado por um esquema de fraude tributária com a utilização de empresas de fachada — conhecidas como "noteiras" — para a emissão de notas fiscais falsas no Norte do Paraná. A divisão deflagrou uma operação nesta quinta-feira (26) contra quatro contadores, sendo um deles, de Londrina, suspeito de cooptar outros profissionais do ramo para atuar no sistema fraudulento.

A ação ocorreu em Londrina e Santo Antônio da Platina, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados a contadores suspeitos de participação no esquema. Foram apreendidos celulares, notebooks e documentos nos quatro endereços, mas, nesta fase, ninguém foi preso.

De acordo com o delegado Alan Flore, responsável pela investigação, a operação é um desdobramento de uma primeira fase iniciada no fim de 2023, quando foram identificadas empresas criadas com uso de documentos falsos. Essas empresas, constituídas em nome de "laranjas", emitiam notas fiscais para simular transações comerciais com o objetivo de esconder os verdadeiros vendedores dos produtos e, assim, driblar o pagamento de tributos.

"As transações comerciais ocorriam de fato. O problema está na utilização de documentos ideologicamente falsos para ocultar os responsáveis reais pela venda, permitindo que esses empresários se eximissem do recolhimento de tributos ou até gerassem créditos tributários indevidos", explicou Flore.

Segundo a Polícia Civil, o valor estimado das transações fraudulentas ultrapassa R$ 60 milhões, que teriam gerado prejuízo fiscal de, ao menos, R$ 10 milhões. "Esse valor ainda deve aumentar com o avanço da investigação, que agora se volta também para os empresários que se beneficiaram das notas fiscais falsas", afirmou o delegado.

As notas fiscais fraudulentas eram utilizadas para movimentar produtos de diversos setores, como o automobilístico, agropecuário e madeireiro. Em alguns casos, segundo Alan Flore, os documentos poderiam até ter sido usados para "esquentar" bens de origem criminosa, como máquinas agrícolas sem procedência legal.

Apesar da gravidade dos crimes, não foram feitas prisões nesta etapa da operação. A Polícia Civil aguarda a análise do material apreendido para identificar novos envolvidos e aprofundar a apuração.

A investigação começou a identificar fraudes cometidas desde 2020. O trabalho é executado em parceria com a Receita Estadual, que, ao identificar operações suspeitas, pode suspender imediatamente a emissão de notas fiscais pelas empresas envolvidas.

"Esses crimes não prejudicam apenas o Estado, mas toda a sociedade, pois reduzem a arrecadação e comprometem investimentos públicos em áreas essenciais", alertou o delegado.

Com informações do Grupo Folha/VIA BLOG DO ODAIR MATIAS

 

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