Curitiba - PR | A PEDIDO DO MPPR, CORPO DE JOVEM QUE MORREU APÓS AGRESSÕES DE FUNCIONÁRIOS DE SUPERMERCADO É EXUMADO
O corpo de Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, foi exumado nesta sexta-feira (18) para novos exames periciais, que devem acontecer nos próximos dias. A intenção é saber qual foi a causa da morte do jovem, que foi agredido por funcionários do Hipermercado Muffato do bairro Portão, em Curitiba, após um suposto furto. O primeiro laudo trouxe como inconclusivo o que levou à morte de Rodrigo.
O pedido de exumação foi feito pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). Segundo o advogado Leonardo Mestre, que representa a família de Rodrigo, a exumação é um processo doloroso, mas necessário.
“É um dia de muita dor para a família, que enfrenta o processo de exumação. No entanto, ele é fundamental para se apurar circunstâncias do crime. A família não busca vingança, mas respostas para o que aconteceu e que sejam responsabilizados os envolvidos. O primeiro laudo foi inconclusivo. O perito pontuou que as agressões foram uma parte da causa, com a exumação pode ser possível constatar com segurança a causa desta morte”, disse Mestre.
Rodrigo morreu por agressão após supostamente furtar chocolate no Muffato.
Conforme o advogado, a causa da morte fará parte do processo, não condenando ou absolvendo os envolvidos. “Nós temos que ser cautelosos, porque é um processo muito grave. Não absolve nem condena ninguém. Precisa ser apurado dentro da dinâmica do crime, junto com coletas de imagens e depoimentos de testemunhas. Seguimos confiantes que todos serão responsabilizados”, ponderou.
O advogado Igor Ogar, que representa Luiz Roberto Costa Barbosa, funcionário do Muffato apontado como responsável pelo mata-leão contra Rodrigo, as acusações contra ele são infundadas. “Foram acusações levianas e precipitadas sobre a causa da morte. Acreditamos que não foi o mata-leão e isso será ratificado, que não vão contradizer o primeiro exame”, disse,
Conforme Ogar, o episódio foi lamentável, mas que não poderia ter um final feliz. “Nunca vi um caso de furto ligado a droga ter um final diferente desse. Nós vamos buscar a verdade. Se a causa da morte não foi o mata-leão, que seja apurada a lesão corporal. Da acusação de homicídio ele é inocente, achando que estava prendendo um ladrão, para fazer justiça, mas não matar”, ressaltou.
Os envolvidos
Segundo a polícia, Luiz Roberto é apontado como aquele que perseguiu a vítima a pé, deu chutes para derrubá-la e aplicou o golpe de “mata-leão” (estrangulamento). Uma testemunha relatou que pediu para que Luiz Roberto parasse com o estrangulamento e chamar a polícia, e ele respondeu: “Está com dó de ladrão?”, e seguiu com as agressões. Ele também ajudou a arrastar e abandonar o corpo de Rodrigo. Luiz Roberto não retornou ao trabalho desde o ocorrido e era considerado foragido, quando foi preso treze dias depois do crime.
Participação
O segundo funcionário direto do Muffato é Antonio Cesar Bonfim Barros, que é segurança interno do Hipermercado. Ele está sendo acusado de perseguir Rodrigo e participar diretamente do crime. Antonio foi visto carregando o corpo da vítima e também não tinha voltado ao trabalho desde o ocorrido, até ser preso no dia 3 de julho.
Já Bryan Gustavo Teixeira, de 22 anos, também indiciado pela Polícia Civil, é segurança da empresa terceirizada Força Rota, que presta serviços ao Supermercado Muffato. Ele está sendo apontado como um dos agressores que perseguiu a vítima, viu o estrangulamento e as agressões, sem intervir. Ele ajudou a arrastar e a carregar o corpo. Ele está preso.
Por último, está indiciado Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo, de 19 anos. Ele é motoboy e estava fazendo entregas e interceptou a vítima com sua motocicleta a pedido dos funcionários do supermercado. Ele agrediu Rodrigo com chutes e socos, enquanto estava imobilizado pelo mata-leão de Luiz Roberto. Disse à polícia que ‘durante o golpe de estrangulamento, percebeu que a coloração (vítima) mudava para tons arroxeados e azulados, o que indicava que estava perdendo a consciência‘. Ainda assim, deixou o local sem prestar socorro. Ele está preso preventivamente.
Crime
Rodrigo entrou no Hipermercado Muffato na noite de quinta-feira, 19 de junho, e foi acusado de furtar uma barra de chocolate e chicletes, segundo o inquérito policial. Ao notar que tinha sido flagrado, ele correu e foi perseguido por quatro homens (assista aos vídeos), entre eles, o segurança de uma empresa terceirizada que presta serviço para o Muffato, dois funcionários do hipermercado e um motociclista que passava pelo local. A correria foi registrada por câmeras de segurança.
A família informou ao Portal Nosso Dia que Rodrigo trabalhava como auxiliar de produção em uma multinacional na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). O jovem não tinha passagens pela polícia. Há um ano e meio, ele ficou internado em uma clínica de recuperação para dependentes químicos e, segundo a família, levava uma vida tranquila.
Informações e fotos: Portal Nosso Dia
FONTE - LONDRINA NEWS