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Filha de cozinheira se forma em Medicina e leva marmita para homenagear a mãe


 Uma noite de contos de fadas, só que da vida real. A filha de cozinheira, Rithiele Souza Silva, de 30 anos, subiu ao palco para receber o tão sonhado diploma de Medicina e, junto com ele, prestou uma homenagem comovente à maior inspiração: a mãe, Solange Souza Silva, que batalhou incansavelmente para sustentar uma família.

Ao receber o canudo, Rithiele declarou nas mãos uma embalagem vazia de marmita, símbolo da luta travada por ela e pela mãe para chegar até lá. Durante a pandemia, Solange perdeu o emprego e passou a vender marmitas para garantir a sobrevivência da família e ajudar a filha a continuar na faculdade.

O momento marcou o jovem não só pelas dificuldades financeiras, mas também pelos problemas de saúde. Com paralisia hemiplégica cerebral, Rithiele chegou ao abandono dos estudos aos 13 anos, mas nunca deixou de sonhar. “Às vezes minhas idéias em desistir, mas eu só queria dar uma vida tranquila para família”, disse, emocionada.

Vídeo de obstáculos

A vida de Rithiele sempre esteve ligada a médicos e tratamentos, devido à condição de saúde dela. Apesar da admiração pela profissão, as dificuldades são menos distantes para realizar o sonho de ser médico. Aos 13 anos, a depressão e a falta de recursos obrigaram o jovem a deixar a escola.

No período em que ficou longo dos estudos, ela trabalhou como vendedora de roupas, maquiagens e atendente de loja. Foi só aos 22 anos que decidiu retomar a educação, concluindo o ensino básico pela EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Determinada, prestou o Enem e, em 2019, conquistou uma vaga em Medicina na UnB, por meio das cotas para Pessoas com Deficiência.

Símbolo de vitória

Durante a pandemia, a mãe de Rithiele, Solange, ficou desempregada e passou a vender marmitas para sustentar a casa. Foi esse esforço diário que aqueceu a homenagem na formatura. A embalagem vazia, erguida no palco, representava muito mais que comida: simbolizava resiliência, união e amor incondicional. "Minha mãe foi minha maior parceira nessa caminhada. Se cheguei até aqui, foi por causa dela", declarou Rithiele

Espiritualidade como combustível

Além da dedicação aos estudos, a nova médica contornou que a fé e a espiritualidade tiveram papel fundamental para suportar os momentos mais difíceis da graduação. Trabalhando como terapeuta holística e taróloga, ela encontrou forças para manter a saúde mental e seguir em frente. "Eu fui muito testado mentalmente, mas nunca perdi a fé de que me formaria. A espiritualidade me ajudou a ser resiliente", disse.

Planos para o futuro

Agora formada, Rithiele pretende dar uma pausa para trabalhar e ajudar no sustento da família, mas já tem planos para o próximo passo: uma residência médica. Ela quer se especializar em psiquiatria, área de grande interesse. O professor e patrono da turma, Ricardo Martins, comemorou a conquista da aluna. "Ela será uma médica excepcional, que conhece o lado do paciente e do profissional. Essa vivência vai fazer toda a diferença na carreira dela", afirmou. 

Com informações do Portal Correio Brasiliense/VIA BLOG DO ODAIR MATIAS

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