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CRIMES DIGITAIS - Uma rede com grande repercussão

Ao levarem "na brincadeira", muitas crianças e jovens não têm consciência da proporção que uma simples postagem na web pode ter; perita criminal faz o alerta

Fotos: Anderson Coelho
A perita criminal Sandra Celli, conversou esta semana com crianças e jovens sobre os perigos que circundam a internet
 
Muitos casos de crimes digitais envolvendo crianças e jovens que chegam à Polícia Científica poderiam ser evitados. Isso é o que defende a perita criminal Sandra Celli, da Polícia Científica do Paraná. Esta semana, ela esteve de passagem em escolas particulares de Londrina falando com pais, crianças e jovens sobre os perigos que circundam a internet.

"É mau uso", comenta a perita, destacando que a maioria dos casos que chegam ao órgão da polícia são fotos e vídeos com conteúdo inadequado de menores, muitas vezes, tiradas e compartilhadas pelos próprios jovens.

O perigo pode estar mais próximo do que se imagina. O objetivo da perita, ao realizar as palestras, foi ainda mostrar que crimes virtuais podem acontecer em qualquer lugar, inclusive com pessoas próximas. "A gente pode não ver, mas está perto da gente. As pessoas acham que o virtual está fora da realidade e que podem fazer tudo na rede."

Conforme Sandra, atualmente, existem 114 casos esperando para serem analisados na Polícia Científica em Curitiba, mas há muitos outros que não chegam até lá, ou que permanecem desconhecidos porque os envolvidos não fazem a denúncia. Para ela, nem os pais nem os jovens têm noção dos reflexos que as ações no mundo virtual têm no mundo real.

A perita também observa que alguns pais sequer conseguem orientar seus filhos sobre os riscos da internet por desconhecerem a tecnologia por trás de computadores, tablets e celulares. "Tenho 39 anos e também não cresci com isso tudo. Não sabemos dizer para o filho o que fazer ou não fazer. Os pais precisam se atentar ao mundo virtual."

O trabalho da Polícia Científica é identificar os envolvidos no crime, e por mais que provas sejam "apagadas" do computador, a perita do órgão em Londrina, Francine de Paula, alerta que é possível recuperá-las. "Se eu mando uma foto para você pelo WhatsApp, ela também passa por um provedor, que é obrigado a guardar estas informações por um tempo." Por isso, mesmo aplicativos que prometem "desaparecer" com a foto em alguns segundos não garantem que o arquivo vá desaparecer do "mapa", orienta a perita.

"Não existe apagar uma foto do computador", ressalta Francine. Ela ainda avisa que, uma vez compartilhada, uma foto pode ser salva e espalhada por outras pessoas, e o dono perder o controle sobre ela. E mesmo sendo menor de idade, a pessoa que compartilhou a foto de uma menina nua, por exemplo, pode ser responsabilizada e apreendida, avisa Sandra.
Mie Francine Chiba
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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