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Comitê do Paranapanema planeja preservação e uso racional de bacia

Plano de recursos hídricos do rio, que fica na divisa entre São Paulo e Paraná, foi apresentado durante evento em Londrina

Sérgio Ranalli
Conciliar o desenvolvimento urbano e a preservação ambiental é um dos desafios do grupo

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema discutiu, durante evento encerrado ontem em Londrina, o plano integrado de recursos hídricos para ações de preservação e uso sustentável da água da bacia em atividades econômicas nas divisas dos estados do Paraná e São Paulo.
As águas do Paranapanema, rio formado por seis bacias afluentes, são utilizadas na região para abastecimento urbano, irrigação e geração de energia. Agência Nacional de Águas (ANA) classificou o plano do comitê da bacia como modelo, principalmente pela qualidade da água considerada classe 2 com baixo índice de poluentes, apesar da grande urbanização do local.
"Muitos planos e diagnósticos já foram feitos, mas perde-se o fôlego e o que foi planejado acaba ficando nas prateleiras. Nosso objetivo é chegar até as partes finais com os programas de implementação. Existem inúmeras formas de viabilizar essa união entre os dois estados. Por isso, a direção do comitê vai procurar os órgãos responsáveis e ministérios para programas de investimentos em áreas como preservação, saneamento, controle de erosão e outras áreas", analisa o secretário executivo Denis Emanuel de Araújo, integrante da diretoria do comitê formado por 50 representantes de entidades, da sociedade civil e de órgãos públicos.
Ele lembra que a bacia hidrográfica do Paranapanema tem, aproximadamente, 106 mil quilômetros quadrados e abrange 247 municípios com uma população de cerca de 4,8 milhões de habitantes. Na área econômica, as duas usinas presentes na bacia, Taquaruçu e Mauá, são responsáveis por 5% da produção hidrelétrica nacional. De acordo com o secretário executivo, o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios integrantes da bacia é calculado em torno de R$ 76,5 bilhões.
"Existe uma urbanização muito forte no lado do Paraná, com cidades que estão entre as principais do Estado. Já em São Paulo, são cidades menores. É uma população significativa, com municípios em crescimento com características agrícolas, principalmente pela faixa de terra nas margens do Paranapanema. Essas características mostram que a bacia tem suas diferenças, a área agrícola se destaca junto à urbanização mais forte do lado do Paraná", explica.
Questionado sobre a preservação ambiental, ele aponta que a criação do comitê, em 2012, foi um "grande passo" para o gerenciamento da área e dos recursos com objetivo de permanência da bacia como classe 2. "Assim, temos a possibilidade de acompanhar todas as atividades para controlar e manter a qualidade da água. O que não pode é permitir o avanço, como já ocorreu com outras bacias, que atingiram um nível de exploração acima do permitido e de degradação, com custos altos para recuperação", acrescenta.

MODELO
O superintendente de Planejamento da ANA, Sérgio Ayrimoraes, avalia que a bacia do Paranapanema é "estratégica" em âmbito nacional devido à localização e ao importante uso dos recursos hídricos. "Especificamente sobre o plano, estamos tratando a bacia como um estudo de caso que sirva de lição para os próximos planos que serão elaborados em outras bacias pelo País", explica.
Para ele, a questão econômica, com uso da água para irrigação do campo, geração de energia e abastecimento, chama a atenção, assim como o fato da bacia ser ainda preservada. "É muito próximo do que desejamos no futuro. Então, o plano tem o objetivo de compatibilizar o uso e o desenvolvimento com a preservação, mantendo as condições naturais de qualidade", afirma. Ayrimoraes ainda aponta que o saneamento básico deve integrar as ações planejadas para o Paranapanema. "A questão do saneamento é um passivo muito grande em todo o País. Isso reforça a necessidade de investimento em coleta e tratamento de esgoto."
Rafael Fantin
Reportagem local
FOLHA DE LONDRINA
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