Após reunião sem acordo, Petrobras reduz preço do diesel
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São Paulo – Após reunião sem acordo entre governo e lideranças dos caminhoneiros na tarde desta quarta-feira (23) em Brasília, a Petrobras informou que decidiu reduzir temporariamente em 10%, equivalente a R$ 0,2335 por litro, o valor médio do diesel comercializado em suas refinarias. Com isso, o preço médio de venda da Petrobras nas refinarias e terminais sem tributos será de R$ 2,1016 por litro a partir desta quinta-feira.
A redução será aplicada apenas ao diesel e tem como objetivo permitir que o governo e representantes dos caminhoneiros tenham tempo para negociar um acordo definitivo para o contexto atual de greve e, ao mesmo tempo, evitar impactos negativos para a população e para as operações da empresa.
O site da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostrava na noite desta quarta-feira (23) que só não havia protestos de motoristas em quatro Estados: Rio Grande do Sul, Acre, Amapá e Roraima. No Paraná, eram 41 manifestações só nas estradas federais.
GREVE GERAL
O movimento de paralisação dos caminhoneiros deu ao governo até a sexta-feira (25) para que seja apresentada uma proposta de redução do preço do combustível. Até lá, caminhões continuarão parados. Se nenhuma proposta considerada adequada for apresentada, o movimento será ampliado e motoristas prometem paralisação total a partir de sábado. A informação foi dada pelo presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes, que se reuniu com a cúpula do governo para negociar o tema na tarde desta quarta-feira (23).
No encontro, o governo pediu uma trégua de uma semana para negociar uma solução para o custo dos combustíveis. O movimento, porém, rejeitou a proposta. A redução do preço do diesel pela Petrobras não havia sido anunciada até o fim da reunião.
Até sexta-feira, segundo Fonseca Lopes, o movimento de paralisação continuará normalmente nos Estados, mas será permitido tráfego de medicamentos, carga viva e perecíveis. "Mas se na sexta-feira não apresentarem nada, vai parar tudo", disse o presidente em entrevista após a reunião.
PADILHA
O governo está em "reunião permanente" com os representantes dos caminhoneiros, disse nesta noite de quarta-feira o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ele informou que o governo "pressentiu" que poderia haver risco de desabastecimento por causa das paralisações. "O presidente Temer, preocupado com a população, chamou várias reuniões", disse Padilha. A primeira ocorreu na tarde do último domingo.
Ele relatou que os representantes pediram dois itens, basicamente: maior previsibilidade no reajuste do diesel e a isenção de pedágio sobre o eixo suspenso dos caminhões quando descarregados. "Foi uma reunião tensa, como era de se esperar, mas de muito respeito de parte a parte", disse Padilha.
Fátima Laranjeira, Fernando Nakagawa, Julia Lindner, Lu Aiko e Tânia Monteiro
Agência Estado