Apreensão de cocaína cresce 300% nas rodovias do PR
Para o inspetor da PRF que atua no setor de comunicação do órgão no Paraná, Maciel Júnior, a capacitação do efetivo e a atuação conjunta das polícias Civil, Militar e Federal, além do Exército e da Receita Federal, auxiliam os trabalhos de fiscalização no Estado, frequentemente utilizado como rota para o transporte de drogas. A Operação Muralha, realizada no Oeste do Paraná, está entre as ações permanentes desenvolvidas pela corporação.
"A posição geográfica do Paraná em relação ao Brasil e a proximidade com o Paraguai e o Mato Grosso do Sul fazem com que o Estado seja a primeira barreira para o transporte de ilícitos no País", destacou. Pelo menos 7,2 toneladas de maconha foram apreendidas em janeiro do ano passado na cidade de Alto Paraíso, divisa com Mato Grosso do Sul. A droga estava escondida em sacos de trigo transportados em uma carreta.
Durante as operações, as equipes de fiscalização encontraram 629 quilos de crack, 14% a mais que no ano anterior. Foram apreendidas também 142 armas de fogo, mais de 20 mil munições e 18,4 milhões de maços de cigarro contrabandeados.
Maciel Júnior ressaltou ainda o trabalho do setor de inteligência da PRF, que tem aprimorado a atuação nas rodovias. "As informações subsidiam o policial na tomada de decisão. Os veículos são monitorados até o melhor momento para a abordagem para não só apreender a droga, mas tentar identificar a gerência do grupo ou alguém que ocupe uma posição estratégica e que consiga fornecer informações importantes para uma segunda fase da investigação", explicou.
A crise econômica, conforme o inspetor, é um dos fatores que levam muitos motoristas a aceitarem pagamentos extras para o transporte de produtos ilícitos. "Muitos aceitam valores de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil para transportar cigarros, por exemplo. O motorista flagrado perde o veículo e é preso. Os veículos apreendidos vão a leilão ou são repassados para instituições de segurança pública que combatem o tráfico de drogas", informou Júnior.
Cerca de 2,9 mil pessoas foram presas durante as ações de fiscalização no Paraná. Grande parte dos itens apreendidos, conforme o policial, seguiria para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Entre 2010 e 2018, quase 400 toneladas de maconha foram apreendidas nas rodovias federais que passam pelo Estado.
EM LONDRINA
Na 7ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, na região de Londrina, houve aumento nas apreensões de drogas sintéticas e armas durante o ano passado. Enquanto o volume de maconha identificado pelos policiais caiu de 1 tonelada para 626 quilos, a quantidade de ecstasy saltou de 5 unidades para 106. Os policiais também apreenderam 68 pontos de LSD. Em 2017, não houve apreensões desta última droga.
O inspetor chefe da 7ª Delegacia da PRF, Marcos Pierre, ressaltou que a capacitação local também fez a diferença para intensificar a fiscalização. "O efetivo foi capacitado para identificar os vários tipos de drogas. O LSD é uma droga difícil de ser apreendida. São micropontos que podem vir em selos dos correios, por exemplo. Já o ecstasy vem em comprimidos que podem ser confundidos com remédios normais", apontou.
A fiscalização foi realizada nas rodovias federais BR-369, BR-376 e BR-153, incluindo os perímetros urbanos. A quantidade de armas apreendidas aumentou de 14 (em 2017) para 21 (em 2018). "A maioria delas estava em condições para uso local. Muitas estavam municiadas", afirmou. "Demos uma atenção especial também aos cigarros contrabandeados. É o lucro astronômico dessa atividade que alimenta o crime organizado", destacou Pierre. Mais de 4,3 milhões de maços de cigarro foram apreendidos na região de Londrina.
Viviani Costa
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA
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