Professora será indiciada por homicídio no caso de menina asfixiada com bolsa em escola de Nova Esperança, diz delegado
Criança que ficou em estado grave após se enforcar em escola de Nova Esperança foi transferida para Maringá — Foto: Reprodução/RPC |
A professora responsável pela criança de 1 ano e 11 meses, que morreu após se asfixiar com uma bolsa
em uma escola particular de Nova Esperança, no noroeste do Paraná, será
indiciada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar,
segundo o delegado Leandro Farnese Teixeira.
O acidente aconteceu em 14 de dezembro.
A menina estava desacordada quando foi socorrida e foi reanimada no
hospital da cidade. Depois, ela foi transferida para o Hospital
Universitário de Maringá, no norte do estado, onde teve a morte
encefálica confirmada cinco dias depois.
O relatório final do inquérito deve ser concluído ainda nesta
quinta-feira (17) e encaminhado para o Fórum nesta sexta-feira (18). Com
a conclusão da investigação, o Ministério Público do Paraná (MP-PR)
analisa o caso e pode pedir o aprofundamento das investigações, o
arquivamento do caso ou apresentar uma denúncia à Justiça.
As investigações
De acordo com Teixeira, o inquérito narra o que aconteceu de acordo com as evidências apuradas pela polícia.
“O que foi narrado e evidenciado: a altura do gancho, associada à
altura da mochila e à altura da criança propiciou que ela entrelaçasse o
pescoço e, quando ela tentou se deslocar, o peso do próprio corpo puxou
ela, com a força da gravidade, e causou o enforcamento”, descreveu.
De acordo com o delegado, o enforcamento causou a falta de oxigenação
cerebral, que evoluiu para um edema cerebral. Qualquer outro tipo de
lesão foi descartado pela investigação.
“O que se concluiu é que a professora estava dentro da sala, estava
preenchendo documentação, a criança realmente entrelaçou o pescoço e
causou o enforcamento. A professora viu no instante seguinte, correu, só
que levou um tempo para deslocar até o outro lado da sala, pegou ela no
colo, mas já tinha havido constrição da carótida, que causa a falta de
oxigenação”, informou o delegado.
O inquérito aponta que houve negligência da professora, porque ela
poderia ter o contato com a mochilha se houvesse a cautela de recolher
as alças, no entanto, não havia previsibilidade de ocorre um acidente.
O crime de homicídio tem pena prevista de um a três anos, ainda
conforme Teixeira. Se não tiver antecedentes criminais e for condenada, a
professora pode cumprir a pena em liberdade.
A escola onde ocorreu o acidente havia sido vendida antes do último dia
de aula, que ocorreu no mesmo dia do acidente, em 14 de dezembro,
segundo o delegado. A unidade está fechada desde então.
Por telefone o advogado da Escola Espaço Aprender disse que a princípio administração não vai se posicionar sobre o caso.
FONTE - G1 PR
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