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Segmento do turismo vai sentir impacto sem o Horário de Verão

Uma hora a mais de claridade movimenta a economia em cidades turísticas e litorâneas e incentiva as pessoas as práticas esportivas
Foto: Arquivo/Google
Setores de gastronomia e hospedagem geraram em média 30% mais empregos durante o último período do Horário de Verão

O segmento de turismo e lazer será o principal afetado sem o horário especial do verão 2019/2020. A avaliação é da Confederação Nacional do Turismo (CNTur) e entidades filiadas, lamentando que este ano não será adotado o tradicional Horário de Verão. No Paraguai, horário diferenciado começa no domingo, 06.

A medida terá reflexos negativos, afirma a Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento e Similares (Feturismo). O estado dispõe duas costas - as cidades litorâneas que dependem essencialmente da alta temporada e a Oeste, na orla do Lago Itaipu, onde está Foz do Iguaçu, segunda destino do Brasil que mais recebe turistas estrangeiros.

"A nossa reclamação começou desde a ventilação do assunto e que culminou com o anuncio, no dia 05 de abril, como uma das primeiras medidas do governo Jair Bolsonaro", disse Fábio Aguayo,  vice-presidente de Relações Governamentais e Institucionais da Feturismo,

Mesmo assim, afirma Aguayo, "não perdemos a esperança e ainda acreditamos que haverá uma reviravolta no assunto durante o mandato do governo atual", disse. A experiência deste ano vai ditar os próximos anos. "Por isso acreditamos no retorno do Horário de Verão", ressaltou.

O dirigente da entidade lembra que, enquanto o Brasil dá as costas, o Paraguai adota a partir de domingo (06), o Horário de Verão, como estratégia para movimentar a economia. "Eles são espertos ou nós somos ingênuos?", pergunta. Aguayo lembra que eles ainda tem Itaipu e sobre energia elétrica. "E ainda nos vendem o excedente", disse.

Contexto
O Horário de Verão no Brasil começou no governo de Getúlio Vargas, em 1931 e foi adotado em períodos alternados. O atual período, encerrado este ano, ocorreu de 1985 até 2018. A prática de adiantar o relógio em uma hora, é um grande incentivo ao turismo do país e principalmente ao turismo interno.

A medida impacta nos negócios de milhares de brasileiros, especialmente nas cidades turísticas e litorâneas. "E olha que temos uma longa orla no Brasil, sem falar que os brasileiros e turistas internacionais aproveitavam uma hora a mais de luz solar para se dedicar ao lazer, esportes, saúde e claro ao seu tradicional happy hour em nossos ambientes", lembra Aguayo. 

"E o melhor de tudo é na sensação de bem-estar e segurança no entorno dos estabelecimentos de nosso setor e do comércio, com muita gente circulando, olhando as vitrines/cardápios", afirma. Em função desta conjuntura, o setor afirma que o turismo perderá muito nestes quatro meses sem o Horário de Verão.

Incentivo
O setor de gastronomia e entretenimento era um dos mais privilegiados com a grande procura de clientes e turistas. "Para se ter uma ideia, no período, chegamos a promover 30% a mais na geração de empregos, sem falar na arrecadação de tributos ao erário, com produtos comercializados, especialmente bebidas que tem alta tributação de IPI e ICMS", afirma Aguayo.

O setor, segundo a Feturismo, acredita que foi um erro a extinção, por decisão do presidente Bolsonaro. "Qualquer esforço de geração de empregos e renda, de fomentar a economia, é salutar e no horário de verão tinha essa magia, sem falar que existia um esforço de conscientização e uma onda de incentivo na pratica de exercícios físicos".

Em 2017, para se ter uma ideia, a economia gerada com o horário de verão chegou a R$ 160 milhões. "Não podemos desprezar este valor, porque  faz uma grande diferença na economia", avalia. Enquanto outros segmentos estão penando, afirma Aguayo, o turismo tenta descolar da situação da crise. 

"É um setor que tem campo para expansão e a melhora no turismo internacional, acaba fomentando o turismo interno e regional", completou. Ele lembra que tanto o governo federal como estadual, colocaram como prioridade na agenda o turismo e sua importância para economia.

FONTE - RONI PIMENTEL

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