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Ex-diretor-geral do Detran-PR é preso em operação sobre direcionamento em edital


O ex-diretor-geral do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) Marcello Panizzi foi preso, na manhã desta quarta-feira (20), em uma operação que investiga irregularidades em um edital de credenciamento de empresas para o registro de financiamento.

Marcello Panizzi foi diretor-geral do órgão de abril a dezembro de 2018. Em fevereiro de 2019, ele foi nomeado como diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

A operação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), também teve como alvos outros três servidores comissionados do Detran na época do lançamento do edital, em agosto de 2018, e um ex-assessor da Governadoria do Estado do Paraná.

Os mandados são de prisão temporária, com validade de cinco dias prorrogáveis.

Os presos

 

Marcelo Alvarenga Panizzi: ex-diretor do Detran - responsável pela escolha dos servidores comissionados que compuseram a Comissão Especial de Credenciamento do Edital de Credenciamento.
Emerson Gomes: servidor comissionado - atuou como preposto de uma empresa que tinha como sócio-diretor Basile George Pantazis, atual sócio da Infosolo Informática, segundo o MP.
Rosângela Curra Kosak e Luiz Carlos Farias: assessores da Diretoria - responsáveis por ordenar tarefas dos demais investigados, de acordo com o MP.
Até essa manhã, Luiz Carlos Farias era cedido para a Assembleia pela Cohapar.
Leopoldo Floriani Fiewski Júnior: ex-assessor da Governadoria do Estado do Paraná - foi o responsável pela elaboração do edital, conforme a investigação.
Até a última atualização desta reportagem, apenas Leopoldo Júnior não havia sido preso.
Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), também foram expedidos sete mandados de busca e apreensão. As buscas foram realizadas em Curitiba, Maringá e Brasília.
De acordo com o Gaeco, entre computadores, celulares e documentos, foram apreendidos R$ 35 mil em dinheiro na casa de um dos alvos.
G1 tenta localizar os advogados dos presos.

A fraude

 

Segundo as investigações do Gaeco, o processo de credenciamento das empresas para o registro de financiamento foi manipulado para beneficiar uma das vencedoras - a Infosolo.

"Um conjunto de comportamentos que indicam que o edital do credenciamento já veio de fora. Os funcionários do Detran que atuavam nessa área foram pressionados a mudar de visão para cumprir aquilo que já estava decidido", afirmou o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti.

A defesa do Marcello Panizzi afirmou que manifesta profunda irresignação com a operação e destacou que o ex-diretor "sempre esteve à disposição" e que a prisão foi "totalmente extemporânea".

Ainda conforme a defesa, todos os atos do ex-diretor foram de acordo com os princípios da administração pública. A defesa afirmou que Marcello provará sua inocência.

Empresa beneficiada

De acordo com o MP-PR, a empresa beneficiada faturou, entre novembro de 2018 e junho de 2019, cerca de R$ 77 milhões.
O MP informou que a empresa realizou o pedido de credenciamento para o serviço 24 horas após a publicação do edital, e praticamente monopolizou a atividade por um período, "por ter sido beneficiada no início do processo e ter atuado de modo exclusivo".
"Um exemplo é que a data para apresentação dos documentos das interessadas foi omitida na publicação do edital, e isso facilitou a empresa beneficiada", afirmou Batisti.
A operação foi batizada de "Taxa Alta". Segundo o MP-PR, o preço atualmente cobrado pelo serviço é de R$ 350, e antes do credenciamento investigado, os custos eram de cerca de R$ 150.

Serviço mais caro

De acordo com o relatório do TCE, o direcionamento no processo de credenciamento deixou o serviço de registro do financiamento mais caro no Paraná.

O que dizem os demais citados

 

Detran-PR informou que, "desde o início de 2019, vem buscando diminuir o valor do Registro Eletrônico de Contratos de Financiamento de Veículos, além de adequar o fluxo financeiro conforme com as normas financeiras e contábeis, e de acordo com os contratos existentes".

Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) informou que Panizzi pediu exoneração do cargo, e que os fatos investigados são antigos, "alheios à atual função que atualmente desempenhava no legislativo".
Infosolo informou que "jamais desrespeitou qualquer norma relativa aos procedimentos públicos dos quais participa e tem plena convicção de que esclarecerá os fatos junto ao Poder Judiciário. Todos os esclarecimentos, bem como a disponibilização de informações e documentos ao Ministério Público foi feita com absoluta tranquilidade, diante da plena convicção de que nenhum ato ilegal tenha sido realizado no processo de credenciamento junto ao Detran-PR".

A empresa afirmou que "sempre pautou sua atuação pela transparência e rígidos princípios de ética e correção".
A Infosolo informou que, em razão de o processo tramitar em segredo de justiça, ainda não teve acesso aos autos, as reafirma sua confiança no Poder Judiciário e nas instituições”.

O advogado de Luiz Carlos Farias, Clovis Augusto Veiga da Costa, disse que só vai comentar a prisão após ter acesso aos autos.

O advogado Ivan Navarro Zonta, que defende Emerson Gomes, disse que só vai se manifestar nos autos.

FONTE – G1 PR



 






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