Estiagem e pandemia do coronavírus causam prejuízos a produtores do Paraná
A falta de chuva no Paraná está causando vários problemas no
campo. Em Curitiba, por exemplo, dados do Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET) apontam que março foi o mês mais seco desde que as medições começaram a
ser feitas, em 1907.
Conforme os dados,
na capital, não choveu nem 10% da média para o mês. Em Cascavel, no oeste do
estado, os agricultores Elaine e Jair Silva dizem que nunca presenciaram uma
seca tão duradoura. Das três nascentes da propriedade, duas secaram.
O açude, onde havia
uma criação de peixes, também secou e foi coberto com terra para virar pasto.
Da horta que ocupava dois hectares da propriedade, sobrou apenas um pequeno
canteiro com alface e cebolinha onde a rega é feita manualmente pelos
agricultores.
Reflexos da pandemia
Produtores de leite do sudoeste do Paraná podem suspender as
atividades nas próximas semanas. Os laticínios da região estão com os estoques
cheios e sem clientes para desovar a produção.
Em uma das empresas, localizada em Verê, a câmara fria está no
limite, com 60 toneladas de manteiga. O produto tinha como destino navios de
cruzeiro que, com as viagens canceladas, também suspenderam as encomendas.
A indústria também vendia manteiga, queijo e nata para
restaurantes e pizzarias de Curitiba, que também fecharam as portas. A produção
foi reduzida em um terço e agora só é vendida para supermercados. Com isso, a
empresa deu férias para quase metade dos 140 funcionários.
Em outro laticínio, que fica em Realeza, a produção foi reduzida
em 25%. O diretor da Latco, Valdomiro Leite, diz que o maior problema é não ter
uma previsão de quando a crise vai passar e o consumo retomar os patamares
anteriores. O queijo estocado na empresa pode ser guardado por mais quatro
meses apenas.
A crise no setor só não foi maior porque parte do leite recebido
dos produtores tinha sido destinado à produção do leite longa vida, já que, nos
supermercados, a procura tinha crescido diante da preocupação dos consumidores
de fazerem estoque do produto. O preço chegou até a subir no início da crise,
mas, com a redução do consumo nos últimos dias, já está voltando ao normal.
O produtor Everton Ferreira diz que há 15 dias entrega o produto
nas empresas sem saber ao menos o preço que vai receber pelo litro do leite.
Ele diz que muitas empresas já estão orientando os produtores a suspender as
entregas.
FONTE – G1 PR
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