Três pessoas são indiciadas por duplo homicídio em posto de combustíveis envolvendo dívida por pedras preciosas, em Curitiba
A Polícia Civil indiciou, nesta segunda-feira (22), os três
homens presos pelo duplo homicídio em um
posto de combustíveis, motivado por uma dívida de R$ 480 mil em pedras
preciosas, em Curitiba.
O empresário Bruno
Ramos, identificado como mandante do crime, e os irmãos Ilson Bueno de Souza
Júnior e André Bueno de Souza, apontados como autores dos tiros, foram
indiciados por duplo homicídio quadruplamente qualificado, mediante paga ou
promessa, impossibilidade de defesa da vítima e traição e dissimulação.
O crime foi registrado no
dia 11 de junho, na loja de conveniência de um posto de combustíveis,
no Centro da capital. O advogado Igor Kalluff, de 40 anos, e o amigo e motoboy
Henrique Mendes Neto, de 38 anos, foram mortos a tiros.
Com a conclusão do
inquérito e o indiciamento dos envolvidos, cabe ao Ministério Público do Paraná
(MP-PR) definir se vai denunciar, e por quais crimes, os três homens à Justiça.
De acordo com a
polícia, o inquérito do caso foi concluído no domingo (21). A Polícia Civil não
encontrou um outro homem suspeito que aparece armado em imagens da câmera de
segurança do posto.
A delegada Tathiana Guzella, responsável pela investigação,
explicou que por possuir investigados presos, o inquérito precisava ser
concluído em 10 dias, mas afirmou que a polícia continua tentando localizar o
quarto suspeito.
Investigação
Segundo as investigações, o advogado morto no posto foi
contratado por um ourives para negociar uma dívida de R$ 480 mil em
pedras preciosas com o empresário Bruno Ramos.
O encontro no posto, de acordo com as investigações, foi marcado
para falar sobre o pagamento da dívida. O vendedor de pedras preciosas era
considerado testemunha sigilosa da polícia, e prestou dois depoimentos.
Imagens de uma câmera de segurança da loja de conveniência do
posto mostram os indiciados e o momento do crime. Assista ao
vídeo acima.
O empresário Bruno Ramos foi preso na madrugada de sexta-feira (12), na casa onde
mora, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de
Curitiba.
Os irmãos, suspeitos indiciados como autores dos assassinatos, também
foram presos. Eles foram localizados pela polícia no bairro
Pinheirinho, em Curitiba. Na delegacia, eles preferiram ficaram em silêncio.
Nesta segunda-feira, a delegada informou que o ourives também
estava no posto junto no momento do crime. Segundo a delegada, não houve
contradição no interrogatório dele.
A polícia informou que o ourives se apresentou de livre
espontânea vontade e destacou que vai pedir abertura de uma investigação, por
parte da Polícia Federal para verificar a venda das pedras preciosas que
antecederam o caso.
Fuga dos atiradores e depoimento do empresário
De acordo com a delegada, Bruno Ramos entrou em contradição nos
dois depoimentos que prestou à polícia. Ele foi interrogado logo após ser preso
e, em um primeiro momento, disse que foi embora sozinho do local do crime e que
não se encontrou com os atiradores.
Imagens de uma câmera de segurança que fica perto do posto de
combustíveis onde aconteceu o crime mostram, segundo a polícia, os três homens que estavam
armados entrando no carro do empresário.
As cenas foram registradas momentos depois dos assassinatos
dentro da loja de conveniência, conforme a polícia.
A delegada informou que o ourives que vendeu as pedras para o
empresário disse em um primeiro depoimento que Bruno Ramos e os irmãos presos
se encontraram na casa da mãe do suspeito de ser mandante do crime.
Conforme o depoimento, o encontro ocorreu no dia seguinte ao
duplo homicídio e que foi marcado para combinar uma versão sobre o caso.
Segundo a delegada, sobre essa contradição, Bruno disse que não
tinha entendido a pergunta feita por ela no primeiro interrogatório, e que
achava que ela havia perguntado se eles haviam se encontrado depois de tudo.
Outra contradição do empresário, apontada pela polícia na
investigação, é de que ele havia dito que deu carona aos atiradores no viaduto
do bairro Orleans. Segundo a delegada, Bruno encontrou com os três em
Araucária.
Sobre isso, de acordo com a delegada, o empresário afirmou que
mentiu por orientação do primeiro advogado que fez a defesa dele no caso.
O que dizem as defesas
Cláudio Dalledone Júnior, advogado de defesa do empresário Bruno
Ramos Caetano, informou que até a publicação desta reportagem, não iria se
manifestar.
O advogado Nilton Ribeiro, responsável pela defesa de Ilson
Bueno de Souza Júnior e André Bueno de Souza, informou que eles vão responder
pelos erros "na medida das suas culpabilidades".
A defesa ressaltou ainda que os dois foram ao posto de
combustíveis na data do crime na condição de amigos de Bruno, e não como
contratados. O advogado destacou que alguns pontos do inquérito precisam ser
esclarecidos.
A defesa da família de Igor Kalluf informou que está analisando
os documentos do caso e também não quis se manifestar.
FONTE – G1 PR
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