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Corticoide diminui tempo de pacientes de Covid-19 em respiradores, diz estudo brasileiro

O uso do anti-inflamatório corticoide dexametasona para tratar pacientes adultos com quadros graves de Covid-19 aumentou o número de dias em que eles permaneceram fora do respirador artificial.
A conclusão é de uma pesquisa feita pela Coalizão Covid-19 Brasil, liderada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês. Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa, pelo Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e pela Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).
Em julho, o mesmo grupo divulgou pesquisa em que mostrou que a hidroxicloroquina não tem eficácia no tratamento de pacientes com sintomas leves ou moderados da Covid-19.
O estudo sobre a dexametasona foi realizado com 299 pacientes com síndrome respiratória aguda grave submetidos a ventilação mecânica (respiração artificial) em 41 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) brasileiras. Eles tinham em torno de 61 anos (60% eram homens) e foram admitidos entre os dias 17 de abril e 23 de junho, com seguimento clínico finalizado no dia 21 de julho.
Os enfermos foram divididos, por meio de sorteio, em dois grupos: em um (151 pacientes), foram tratados com dexametasona e suporte clínico padrão; em outro, o grupo de controle (148 pessoas), apenas com suporte clínico padrão.
A dexametasona foi usada por via endovenosa na dose de 20 mg durante cinco dias e 10 mg durante cinco dias. A avaliação do efeito do tratamento com dexametasona considerou como resultado principal o número de dias que o paciente permaneceu fora do respirador artificial em até 28 dias.
A conclusão foi que o número de dias fora do respirador artificial foi maior nos pacientes tratados com dexametasona (média de 6,6 dias) do que no grupo controle (média de 4 dias).
A retirada mais precoce do respirador artificial, de acordo com os pesquisadores, pode se associar ao menor risco de complicações decorrentes da permanência na UTI, alta mais precoce da terapia intensiva com liberação de leitos e economia de recursos humanos e financeiros.
O estudo não evidenciou um risco maior do tratamento com dexametasona em relação a novas infecções, alterações da glicose e outros eventos adversos sérios. A mortalidade em 28 dias foi de 58% quando considerado o total de pacientes incluídos –não houve distinção entre as diferenças dessa taxa entre os dois grupos de pacientes.
O grupo Coalizão Covid-19 Brasil destaca que os resultados não são aplicáveis a outros casos, como pacientes ambulatoriais com formas mais leves e iniciais de Covid-19 ou que não estejam em respiração artificial.
Os resultados da pesquisa do grupo sobre a dexametasona foram publicados no periódico científico “Journal of the American Medical Association” (JAMA).

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