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Trigo branqueador chama atenção de produtores da região Norte

Áreas atendidas pela Cocamar apostaram na novidade e estão colhendo bons resultados e a expectativa é que a variedade esteja em expansão no ano que vem (FOLHA DE LONDRINA).

O produtor Marcos Nakamura, da região de Nova Fátima, viu a sua produção de trigo atrair os vizinhos e virar motivo de peregrinação de agricultores do entorno. A novidade foi que ele apostou em uma alternativa proposta pela Cocamar para que os produtores de  trigo agreguem mais valor ao seu negócio cultivando variedades branqueadoras. A novidade vem chamando a atenção nas regiões atendidas pela cooperativa, no norte do Paraná. Neste ano, segundo a assessoria de imprensa da Cocamar, com mais de 60% da colheita já realizada, dos cerca de 86 mil hectares mantidos com trigo, que é uma cultura de inverno – e, por isso, se encaixa no intervalo entre as safras de soja, o carro-chefe da agricultura paranaense – as variedades branqueadoras compõem 10% do total.
Esse tipo de trigo atende a uma demanda do moinho da própria Cocamar, localizado em Marialva, no Noroeste, especializado na produção de farinhas especiais. A cooperativa concede um bônus de R$ 4,00 por saca desde que a produção atenda a qualidade desejada.


Marcos Nakamura cultiva 29 hectares no município e confirma que, além da boa sanidade da lavoura, os cachos maiores chamaram sua atenção e os resultados obtidos superaram as expectativas. Tradicional produtor de trigo, neste ano ele decidiu plantar toda a sua área com variedades branqueadoras. Ao final, para uma média regional de produtividade de 49,5 sacas por hectare, Nakamura colheu 66,1 sacas/hectare e com o adicional assegurado pela Cocamar de R$ 4,00 por saca, é como se tivesse colhido 70,2 sacas/hectare.
Considerando a cotação do cereal a R$ 64,00 a saca (em 16 de setembro), mais os R$ 4,00 de bônus, o faturamento bruto de Nakamura foi de R$ 4,495,00 por hectare, para um custo equivalente a 28,9 sacas (R$ 1.967,00) nessa unidade de área.
“Deu tudo certo, é a nossa melhor média em todos os tempos”, afirma Nakamura, por meio da assessoria de imprensa da Cocamar, lembrando que quando decidiu destinar 100% de suas terras para o cultivo desse tipo de trigo, que não tem tradição regional, alguns vizinhos estranharam e diziam que ele estava correndo um risco maior por não saber como se comportariam tais variedades. Ele disse  que poderia ter colhido ainda mais, não fosse pela ocorrência de uma estiagem durante a fase de desenvolvimento da lavoura. 
Nakamura comenta que a novidade atraiu curiosos. “Com certeza muita gente vai plantar no ano que vem, o trigo branqueador vai ganhar bastante espaço por aqui", opina. 
Desempenho
De acordo com o gerente técnico da Cocamar, Rafael Furlanetto, a demanda industrial exige matéria-prima de qualidade. “O trigo branqueador é um produto especial pois viabiliza todos os elos da cadeia”, diz, mencionando que as cultivares mais utilizadas nesta safra, TBIO Duque e OR Madre Pérola, são modernas, mais sadias e produtivas. Furlanetto explica que os produtores tiveram nesta safra a oportunidade de avaliar o desempenho das cultivares a campo e a expectativa é que invistam na expansão das áreas em 2021.
Desde o final de 2017, a Cocamar conta com uma Unidade de Beneficiamento de Sementes em São Sebastião da Amoreira. Com isso, a cooperativa opera também na produção e no fornecimento de sementes aos seus produtores, ciclo que se fecha com o encaminhamento da produção para o moinho próprio. Nesse segmento de sementes de trigo, a cooperativa conta com o suporte de empresas especializadas em genética.
O engenheiro agrônomo Lincoln Simonini, que presta atendimento técnico aos produtores em São Sebastião da Amoreira, explica que o cultivo do trigo branqueador não exige nenhum cuidado a mais em relação às outras variedades. No entanto, conforme se observa na safra em andamento, o branqueador apresentou mais sanidade e e também mais produtividade.
Triticultura fortalecida
Em Nova Fátima,  a família Dal Santos cultiva 968 hectares, dos quais 363 com variedades branqueadoras. São quatro irmãos envolvidos na lavoura e a expectativa deles é fechar a safra alcançando uma produtividade entre 49,5 a 53,7 sacas/hectare. De acordo com Nisael Dal Santos, a proposta da Cocamar é interessante, pois “fortalece a triticultura regional”. Por causa da altitude, o inverno normalmente é mais frio, o que torna a região imprópria para o milho de segunda safra e mais favorável ao trigo que, explica Dal Santos, deixa muita palha no solo, beneficiando o plantio direto e inibindo o surgimento de ervas. Ao final, a palha se incorpora ao solo como matéria orgânica.


Em outra propriedade em Nova Fátima, o gestor João Vítor dos Santos afirma não ver ponto negativo no trigo branqueador, que ocupa 314,6 hectares de um total de 525,14 mantidos com o grão. “A produtividade é boa e a sanidade também”, diz, estimando ampliar a área no ano que vem.

FOLHA DE LONDRINA

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