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Autoridades apelam que veranista não vá ao Litoral do Paraná


 Com a pandemia do coronavírus à solta, o curitibano deverá evitar descer para o Litoral do Paraná nas festas de Natal e Ano Novo. Tudo para se evitar aglomerações de pessoas – que é a principal via de disseminação do vírus. A sugestão de ficar em Curitiba foi feita ontem pelo secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. A razão do apelo é simples: se muita gente for ao Litoral e se contaminar, fica difícil atender todo mundo.

“A gente tem orientado de forma geral que quem puder ficar em casa, não viajar, que tome essa decisão. Quem tiver a escolha de fazer reunião familiar menor, é importante’, afirmou o secretário Beto Preto. “O vírus está em franca ascensão, com transmissão comunitária muito forte. Qualquer movimento abrupto pode causar contágio”, continuou. “Nosso apelo também é no sentido que as pessoas diminuam a reunião familiar do Natal, pensando na saúde. Não queremos transformar datas importantes, de comemoração, em datas de tristeza para o futuro”.

Tradicionalmente, o Litoral vê um inchaço de pessoas no verão. A população nos sete municípios litorâneos é de 300 mil pessoas. Considerando as três cidades que têm balneários, o total é de pouco mais de 100 mil pessoas – a população é de 27,9 mil em Pontal do Paraná, 35,2 mil em Matinhos e 37,5 mil em Guaratuba. Contudo, somente no último Réveillon, as três cidades receberam 2,5 milhões de visitantes, de acordo com cálculos da Secretaria. A grande maioria deles era de Curitiba. As informações são do Bem Paraná.

“É claro que tem muita gente que vai descer”, disse Beto Preto, que teme uma aglomeração de milhões de pessoas e ressalta que é bom que as pessoas tenham consciência de que isso é perigoso. “Quero reiterar que o ano de 2020 é um ano diferente do que foi 2019, e tenho certeza que vai ser diferente em 2021”, continuou. “Já perdemos mais de 7 mil paranaenses. É muita perda, muita tristeza para famílias inteiras”. A Sesa tomou providências para ampliar a rede hospitalar no Litoral. “Mas tudo isso não resolve se houver explosão ainda maior de casos de Covid-19”, alertou o secretário.

Por enquanto, não há previsão de se criar barreiras sanitárias para evitar o fluxo de turistas no Litoral. “Os municípios fizeram isso, talvez agora não tenha. Mas não podemos ter uma aglomeração no Litoral”, reforçou.

Hoje, será lançada a Operação Verão, com o planejamento para a temporada. “Vamos apresentar ideias de proteção para um bom funcionamento, um verão consciente”. Ele afirmou ainda que tentou contato com as secretarias de saúde de Santa Catarina. “Muitos paranaenses vão para lá, vamos tentar minimamente unificar as medidas”, disse.

Quando fala para as pessoas evitarem aglomerações neste fim de ano, Beto Perto se refere também às que vão ficar em Curitiba. Ele citou um caso de uma celebração de bodas de ouro ocorrido em novembro na Grande Curitiba. “Tinha 24 pessoas, 18 foram contaminadas. Houve 3 mortes”, relatou. “O coronavírus tem um comportamento agressivo. Por isso a necessidade de cuidado. Nossa luta é pela vida das pessoas”.

Para o secretário, ainda é possível apostar no bom senso das pessoas durante a pandemia. “O momento é crítico, mas temos que ser transparentes, falar exatamente o que está acontecendo, através do convencimento e do bom senso”.

Até o governador Ratinho Júnior apelou para que as pessoas fiquem em casa nas festas de fim de ano. “Que evitem aglomerações, evitem viajar para as praias do Estado neste período de verão. Estamos fazendo o possível para dar conta, mas sem a ajuda de todos pode ser que os leitos não sejam suficientes. Que falte estrutura para atender a população local e também a itinerante em caso de necessidade extrema”, afirmou ele.

“Precisamos ter consciência de que será um Natal, um Réveillon e um verão diferentes. É necessário ficarmos isolados e seguros para que tudo volte ao normal o mais rapidamente possível”

Litoral vê dificuldades na pandemia, mas ‘terá reforço’ em hospital

Segundo dados da Secretaria de Saúde, mesmo sem o movimento maciço dos veranistas, as cidades do Litoral já estão com dificuldades para conter a pandemia. Juntos, os sete municípios têm a segunda maior incidência de casos da doença por 100 mil habitantes no Paraná, com 3.949 – a média do Estado é de 3.113. Apenas a Regional de Foz do Iguaçu (Oeste) tem índice pior, com 5.769. Em termos de mortes, o Litoral registra 81,6 óbitos por 100 mil habitantes, contra 61,5 de todo o Estado. A Região Metropolitana de Curitiba lidera o ranking, com 87,6 de média.

No Litoral só há um hospital, que é o Regional de Paranaguá. As outras cidades têm apenas postos de pronto-atendimento. No Hospital Regional de Paranaguá, o índice de ocupação era de 95% na quarta-feira (16), mas havia apenas um leito de UTI livre. Em relação às enfermarias, eram seis leitos ocupados e quatro livres no mesmo dia.

“Vamos aumentar a estrutura do (hospital) Regional”, afirmou o secretário da Saúde, Beto Preto. O hospital vai ganhar mais 15 espaços de enfermaria e 5 unidades de terapia intensiva (UTI) na próxima semana. Com isso, o local terá 50 leitos adultos, todos voltados para atendimentos de pacientes infectados pelo coronavírus. O centro médico tem ainda 14 UTIs para procedimentos gerais via Sistema Único de Saúde.

Beto Preto também falou de outros planos para a região. “Vamos ter mais testes no Litoral. Várias prefeituras estão em parceria”, afirmou. “Nas praias, nossa vigilância em saúde está mais atenta, temos que levar informações para todas as pessoas”.

A Covid-19 no Litoral

Cidades           Casos           Mortes           Casos/100mil           Mortes/100mil
Antonina           1068             28                      5636                       147,8
Guaraqueçaba     158               4                      2081                         52,7
Guaratuba         1320             28                      3517                         74,6
Matinhos             716             25                      2033                         71,0
Morretes             948               9                       5764                         54,7
Paranaguá         6581            118                      4214                         75,6
Pontal do Paraná  973              21                      3486                         75,2
Total                11764            233                      3949                         81,6

 

Imunização

Vacinação não é só a vacina; Paraná prepara logística para 2021

Vacinar a população não requer apenas o imunizante. Seringas, agulhas, equipamentos de proteção individual, câmaras frias e outros locais de armazenamento são alguns dos equipamentos necessários para a vacinação contra a Covid-19. E todos entram no plano logístico do Paraná para imunizar a população contra o vírus.

Ontem, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou uma reunião técnica para alinhar e organizar o Plano Estadual de Vacinação. A Sesa segue o Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, e organiza toda a rede do Estado para que todos os grupos prioritários contemplados no Plano de Vacinação recebam as doses quando a vacina for regulamentada e disponibilizada para a população. Ainda não ha uma previsão de quando vai começar.

“Estamos trabalhando há mais de 90 dias com a organização da logística para que o Paraná esteja preparado para quando a vacina for viabilizada”, disse o secretário da Saúde, Beto Preto.

O Governo já fez uma reserva para uma eventual compra da vacina de R$ 200 milhões, já previstos na LOA-2021. Além disso, foram adquiridas 11 milhões de seringas e foi aberto o registro de preço para aquisição de 16 milhões de seringas. Também houve um processo licitatório de R$ 22 milhões para aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI) para os profissionais de saúde que forem aplicar as vacinas.

Por fim, o Paraná está providenciando câmaras frias e contêineres refrigerados para armazenamento da vacina, além de caminhões refrigerados para a distribuição.

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