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Novembro é o pior mês da pandemia em Curitiba


 Bem Paraná – O mês de novembro chegou ao fim. E por mais que todos estejam ansiosos pela chegada do final do ano, o penúltimo mês de 2020 trouxe péssimas notícias aos curitibanos no que diz respeito à evolução da pandemia do novo coronavírus. É que no último mês a infecção voltou a ganhar força em Curitiba, com aumento expressivo no número de mortes e recordes no que diz respeito aos diagnósticos e casos ativos da Covid-19.

Com relação aos novos casos, foram registrados 25.871 diagnósticos positivos para o coronavírus na capital paranaense ao longo do último mês, com a média diária de 862,4 notificações. Na comparação com o mês anterior, quando haviam sido confirmadas 284,4 infecções diariamente (com um total de 8.816 casos), nota-se um aumento de 203,24%.

Não surpreende, então, que em novembro se tenha registrado tanto a maior média diária de novos casos da doença como também o recorde em números absolutos de diagnósticos. Até então, o mês com mais casos novos havia sido julho, com 14.148 registros (456,4 casos por dia).

Os recordes, contudo, não param por aí. Com aumentos consecutivos desde o dia 4 de novembro, o número de casos ativos da doença (ou seja, de pessoas atualmente infectadas e possivelmente transmitindo o vírus) também deu um salto. Ontem, eram 13.829. No final de outubro, 3.762. Um aumento de 267,6% em 30 dias, portanto.

É bem verdade, entretanto, que o aumento no número de casos e de casos ativos pode ser explicado também pelo aumento no número de testes realizados pelos curitibanos. Entretanto, o avanço das mortes torna claro que a situação na cidade se agravou e muito recentemente.

Nos últimos 30 dias foram ceifadas 265 vidas em Curitiba, com média de 8,83 óbitos por dia. O dado encerra uma sequência de dois meses (setembro e outubro) com queda no registro de mortes, apontando ainda para um aumento de 44,89% na média diária de óbitos em relação a outubro.

‘Nós não estamos dando conta’, alerta médico infectologista
O cenário preocupante levou o médico infectologia Jaime Rocha, vice-presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, a gravar um vídeo para alertar a sociedade sobre a necessidade de as pessoas, enfim, compreenderem a importância de se respeitar o distanciamento social e aderir às medidas de prevenção, como utilização de máscara e higienização frequente das mãos. Segundo ele, se isso não ocorrer, em breve Curitiba começará a perder vidas por não ter capacidade para atender aqueles com problemas de saúde.

“Estamos sem leitos, está começando a faltar leitos na parte pública e privada. Nós estamos abrindo mais leitos, abrindo mais leitos, mas o comportamento das pessoas faz com que o número de casos seja de tal tamanho que nós não estamos dando conta”, afirma o médico infectologista. “Se não houver contribuição da população como um todo e compreensão que aglomerações e falta de adesão [às medidas de prevenção] continuam trazendo casos novos, nós não vamos suportar e passará a haver óbitos por falta de assistência. Não estou sendo alarmista, estou sendo realista e pedindo a contribuição de todos mais uma vez”.

“O Governo do Estado não tem medido esforços para disponibilizar atendimento a população, mas precisamos que as pessoas evitem aglomerações, pratiquem o distanciamento social e mantenham os protocolos sanitários, pois a ampliação da rede hospitalar é finita”, disse o secretário de Estado da Saúde do Paraná, Beto Preto, na semana passada, quando o governo reativou 304 leitos de atendimento exclusivo à Covid-19 no Paraná, sendo 105 de UTI. Até ontem, outros 169 leitos deveriam ser reativados.

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