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Londrina aposta na ciência para subir de patamar


 O sufoco para se manter na série B com a permanência sendo confirmada apenas na última rodada e dependendo de outros resultados, ligou o sinal de alerta no Londrina. Era preciso rever os planos e o planejamento para que o cenário de 2021 não volte a acontecer. O caminho encontrado foi apostar na ciência, algo fundamental para o desenvolvimento de qualquer atividade esportiva de alto rendimento.

 

Doutor em Ciências do Esporte e com passagens pelo Athletico, Corinthians e COB, o londrinense Antônio Carlos Gomes vai trabalhar pela primeira vez no LEC
Doutor em Ciências do Esporte e com passagens pelo Athletico, Corinthians e COB, o londrinense Antônio Carlos Gomes vai trabalhar pela primeira vez no LEC | Ricardo Chicarelli/LEC
 

O LEC buscou profissionais com este perfil, desde o treinador Vinícius Eutrópio até o renomado Antônio Carlos Gomes, responsável pela criação do departamento de Ciências do Esporte do clube. O professor e doutor em ciências esportivas chega ao Tubarão para integrar todas as áreas do futebol, com o objetivo de transformar o Londrina em referência na formação de atletas e, consequentemente, na montagem de times competitivos e vitoriosos. 


"O futebol é uma das poucas modalidades que ainda resiste a entrada da ciência. Mas o futebol brasileiro não é mais líder mundial como sempre foi. Em termos de estrutura de tecnologia de inteligência ficamos para trás", afirmou Antônio Carlos Gomes, que já passou pelo Athletico, Corinthians e é consultor do COB (Comitê Olímpico do Brasil). 


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O trabalho passa pelo reformulação das categorias de base, que ficarão interligadas ao time principal. Gomes lembra que a fábrica natural de jogadores brasileiros não existe mais e que cabe aos clubes agora a produção das novas revelações. 


"Não existe mais uma criança em cada esquina jogando bola e nem desenvolvendo a capacidade motora. Os clubes precisam entender que é preciso primeiro preparar o ser humano e depois o jogador. Se quisermos preparar só o jogador, não teremos sucesso. Vamos tentar vender uma mentira para o exterior e hoje ninguém compra mais mentira", frisou. 


Perfil


Antes de definir o novo treinador, o LEC entrevistou alguns candidatos. A escolha por Vinícius Eutrópio, entre outros atributos, também aconteceu pelo seu perfil estudioso e ligado a processos científicos dentro do futebol. Contou também o fato de Eutrópio já ter trabalhado com o coordenador técnico, PC Gusmão, e com Antônio Carlos Gomes durante seis anos no Athletico. 


"A experiência nos mostra os caminhos a serem seguidos e o futebol brasileiro só vai melhorar e crescer se começar a fazer uma gestão empresarial e profissional. Muitos clubes já estão fazendo isso, inclusive o Londrina", apontou o novo comandante alviceleste. 


Paulo César Gusmão, que chegou ao LEC na reta final da série B do ano passado, ressaltou a importância desta mudança no modelo de gestão do clube e a criação de departamentos fundamentais para o desenvolvimento do futebol. "Não existe futebol de alto nível se você não trouxer a ciência para junto dele. É um processo de longo prazo, mas quando bem feito e com pessoas qualificadas, os resultados aparecem e não tenho dúvidas que o Londrina está no caminho certo", comentou o coordenador. 


Antônio Carlos Gomes lembra que muitas situações que ocorrem em um jogo de futebol podem ser melhoradas com a auxílio da ciência. "Quando falamos do lado emocional de um jogador, não é o futebol que explica, é a psicologia. Se vamos discutir o movimento do atleta, porque ele cansa é a fisiologia que vai nos dar a resposta. Quando o jogador erra um gol, perde um pênalti, a biomecânica pode ajudar a corrigir isso", exemplifica. 


"Mas tudo isso leva um tempo, é um processo e precisa de um pouco de paciência. Claro que precisamos ganhar jogos, nos classificar, mas é preciso tempo para mudar a cultura  e implementar uma filosofia acadêmica em um clube de futebol".


O novo diretor científico do LEC ressalta que a cidade tem cientistas, universidades e equipamentos e que o objetivo é otimizar tudo isso em prol do clube. "Ou nós começamos agora ou daqui cinco anos vamos estar falando das mesmas dificuldades e dos mesmos problemas". 


FONTE - FOLHA DE LONDRINA - LÚCIO FLÁVIO CRUZ

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