Detalhes da investigação que prendeu quatro PMs de Londrina suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas
Conversas obtidas pelo
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com
autorização judicial entre um homem suspeito de tráfico de drogas e um policial
militar do 30º Batalhão de Londrina, norte do estado, mostram o suposto envolvimento do agente e
outros três PMs em um esquema de venda de entorpecentes.
Os quatro policiais foram
presos em uma operação do Gaeco e a Corregedoria da PM realizada na
quarta-feira (5). Segundo as investigações, que começaram no ano passado, os
agentes realizavam abordagens, apreendiam as drogas de outros criminosos e
repassavam para venda.
A defesa do PM que
manteve conversas com o suspeito informou que vai recorrer da prisão. O
advogado dos outros três agentes afirmou que a investigação não traz indícios
do envolvimento deles com os crimes citados.
O que diz o MP
No pedido de prisão temporária
enviado à Justiça, o Gaeco traz trechos de conversas retiradas do celular de um
dos policiais presos. Conforme a apuração, através da troca de mensagens foi
constatada a participação dos outros PMs.
Em uma das conversas, o suspeito de
tráfico diz ao PM:
"Falei pra você que ia achar uma
parada boa pra nóis, achei, fala para os cara fica de boa que tá tudo
certo".
Para o Gaeco, a menção ao termo
"parada boa" seria que o suspeito havia descoberto onde ficava a
refinaria de drogas de um bairro da zona norte, indicando o local ao PM.
Fotos
Em
outro trecho, o Gaeco cita que o suspeito de tráfico enviou uma foto ao
policial dizendo que "o traficante rival estava bravo" porque
"eles (policiais) teriam pegado R$ 4 mil do rapaz.
Ainda segundo os
promotores, um dos PMs teria dito que escondeu drogas em um terreno baldio e
enviou uma foto do local ao suspeito de tráfico para que ele pudesse encontrar
o lugar.
Com base nestas
informações, a Promotoria afirma que "há indícios mais do que
suficientes" da existência de uma associação criminosa voltada à prática
do tráfico de drogas, peculato (desvio ou subtração de algo por agente
público), porte ilegal de arma de fogo e outros crimes.
Em nota, o advogado do homem suspeito de trocar mensagens com
um dos policiais informou que o cliente dele "não sabe quem são esses
policiais e que nunca teve nenhum tipo de relação com eles".
Os PMs estão presos em unidade prisional da corporação em
Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
FONTE – G1 PR