Deputados pedem mudanças no pedágio em rodovias que passam pelo perímetro urbano
A cobrança de pedágio por meio eletrônico em rodovias que passam no perímetro urbano vai trazer impactos econômicos e sociais negativos aos moradores de municípios onde as rodovias servem como avenidas e meio de ligação entre regiões das cidades. O sistema “free flow” (livre passagem) que passará a ser adotado em todas as concessões rodoviárias no Brasil prevê tarifas por quilômetro rodado, registradas por meio eletrônico em pórticos instalados ao longo de rodovias.
“Se não forem estabelecidos critérios diferenciados em trechos urbanos, a população local e de municípios de regiões conurbadas terá grande prejuízo. As pessoas circulam diariamente em rodovias pedagiadas, como a PR 445 e a BR 369 em Londrina. Cobrar pedágio nessas vias é um absurdo” – diz o deputado estadual Tercilio Turini, apontando que milhares de trabalhadores, empresários, produtores rurais, estudantes e famílias passam todos os dias nessas rodovias em deslocamentos locais.
Os deputados Turini, Luiz Claudio Romanelli e Evandro Araújo protocolaram documento na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pedindo a reavaliação da cobrança de pedágio no sistema “free flow” em áreas urbanas e conurbadas. “São trechos de rodovias utilizados não apenas por motoristas em trânsito intermunicipal, mas principalmente por moradores que dependem dessas vias para acessar serviços básicos como trabalho, saúde, educação, lazer e outras atividades cotidianas. Recebem tráfego intenso de veículos em deslocamentos internos” – alertam os parlamentares.
A ANTT realizou audiência pública no dia 9 de janeiro e abriu período de sugestões até sexta-feira passada (dia 24). Os três deputados estaduais solicitaram a isenção de tarifa ou implementação de cobrança diferenciada para residentes em das áreas que terão tarifação. “Sugerimos estabelecer um cadastro municipal de usuários de rodovias para não penalizar moradores de regiões cortadas por rodovias pedagiadas dentro do perímetro urbano” - ressaltam.
Eles argumentam que o Paraná possui várias cidades próximas e integradas, onde a circulação entre municípios é cotidiana e essencial para a economia regional. “O free flow deve garantir critérios justos, sem sobrecarregar financeiramente a população local, especialmente em casos em que um mesmo veículo realiza o mesmo trajeto urbano diversas vezes em um único dia” – apontam.
Além da situação da PR 445 e BR 369 em Londrina, os deputados simulam exemplo em Maringá: com a cobrança de R$ 0,20 por quilômetro rodado, a distância de 18,5 km entre Sarandi e o Aeroporto de Maringá (dois municípios conurbados na região Noroeste do estado) terá custo de R$ 3,70. “É uma tarifa de pedágio que representa impacto significativo. Muita gente faz esse percurso e até mais de uma vez diariamente” – salientam.
Turini, Romanelli e Araújo querem que a ANTT delimite áreas isentas de pedágio em um raio de pelo menos 30 quilômetros fora do eixo urbano ou metropolitano, permitindo diferenciar trechos de uso predominantemente local dos demais tipos de deslocamentos. Pedem também que o sistema de cobrança “free flow” respeite a distância mínima em municípios conurbados geograficamente. Reforçam que é fundamental priorizar a manutenção e a ampliação de rotas alternativas gratuitas, permitindo à população opções viáveis para deslocamento.
FONTE - ASSESSORIA DE IMPRENSA DO DEP TURINI