ALARMANTE: PRF APONTA AUMENTO DE 70% NAS MORTES EM ACIDENTES COM CONDUTORES EMBRIAGADOS NO PARANÁ
Um levantamento divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná revelou um dado alarmante: as mortes em acidentes que envolveram ao menos um condutor alcoolizado aumentaram mais de 70% no estado entre janeiro e outubro de 2025. No período, 63 pessoas perderam a vida ainda no local das ocorrências — número significativamente superior aos 37 óbitos registrados no mesmo intervalo de 2024. A estatística considera apenas as vítimas fatais confirmadas no local, não incluindo mortes ocorridas durante o transporte ou após hospitalização.
Apesar do aumento expressivo no número de mortes, os indicadores gerais de acidentes e feridos mostram queda. Em 2024, a PRF registrou 587 sinistros envolvendo motoristas alcoolizados e 532 pessoas feridas. Em 2025, esses números caíram para 559 acidentes e 482 feridos. Para a corporação, isso indica que, embora a frequência desses episódios tenha diminuído, a gravidade das colisões aumentou consideravelmente.
Segundo a PRF, acidentes relacionados à embriaguez ao volante geralmente decorrem de uma combinação de fatores, como excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas e conversões proibidas. O consumo de álcool reduz a capacidade de reação e a percepção do ambiente, contribuindo para decisões perigosas e velocidades incompatíveis com a segurança.
A maior parte das mortes ocorreu aos finais de semana. Sábados e domingos concentraram mais de 70% dos óbitos registrados em 2025. De acordo com a corporação, esses dias tradicionalmente apresentam maior fluxo de lazer e, consequentemente, maior incidência de motoristas que consumiram bebida alcoólica. Para enfrentar o problema, a PRF reforça o efetivo e intensifica ações de fiscalização, incluindo o emprego de policiais do setor administrativo.
Somente em 2025, mais de 210 mil testes de alcoolemia foram realizados no Paraná. Como resultado dessas operações, mais de 3.700 motoristas foram autuados por dirigir sob influência de álcool ou se recusar a realizar o teste. Desses, 244 se enquadraram no crime previsto pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), sendo encaminhados à Justiça.
O superintendente da PRF no Paraná, Fernando César Oliveira, destaca que o combate à embriaguez ao volante exige não apenas a atuação policial, mas também uma mudança cultural.
“Não basta que as instituições policiais ampliem seus esforços de fiscalização quanto à embriaguez ao volante. É fundamental, também, que as pessoas, em seus respectivos círculos de convivência, exerçam algum nível de condenação moral sobre a conduta de quem insiste em consumir bebidas alcoólicas antes de dirigir”, afirmou. Ele reforça que muitos motoristas fazem um “cálculo racional” sobre o risco de serem abordados, muitas vezes confiando na condescendência de amigos e familiares. “O rigor legal é apenas um primeiro passo para uma efetiva mudança de comportamento”, concluiu.
A legislação brasileira prevê punições severas para quem dirige sob o efeito de álcool. A infração é considerada gravíssima, com multa de R$ 2.934,70 e suspensão da CNH por 12 meses. Se o teste apontar 0,3 miligrama ou mais de álcool por litro de ar alveolar — ou se houver sinais evidentes de incapacidade psicomotora — o motorista pode responder criminalmente, com pena de detenção de seis meses a três anos, além de suspensão ou proibição de obter habilitação.
O aumento nas mortes reforça a necessidade de conscientização e responsabilidade no trânsito, num cenário em que, apesar da redução no número de acidentes, a imprudência sob efeito de álcool continua provocando tragédias nas rodovias federais do Paraná.
FONTE - LONDRINA NEWS NOTÍCIAS


