[Fechar]

Últimas notícias

Milho resistente a herbicida nasce em lavoura de soja

Nos casos em que os pés de milho estão pequenos, é indicada a aplicação de outro produto, mas se estiverem grandes, o jeito é retirar "na enxada"

Jataizinnho - Um fenômeno incomum está acontecendo nas lavouras de soja que foram plantadas nas mesmas áreas onde foi colhido o milho safrinha. 

Em algumas propriedades do Norte do Paraná, é possível observar alguns pés de milho crescendo junto com os da soja, enquanto em outras lavouras o volume é bem maior. Há vários exemplos desta situação ao longo da BR-369, no trecho entre as cidades de Jataizinho e Cambará. 

O pesquisador Fernando Adegas, da EmbrapaSoja em Londrina, diz que é normal nascer um ou outro pé de milho nas áreas onde houve o plantio de soja após a colheita do milho safrinha, mas admite que este ano a incidência está bem maior. 

Adegas diz que a Embrapa está monitorando o problema que, segundo ele, não acontece apenas no Norte do Paraná, mas na maioria das propriedades onde a soja foi plantada sobre áreas de milho. Ele mesmo esteve recentemente no Estado do Mato Grosso para visitar algumas fazendas com o mesmo problema. 

O pesquisador explica que o milho está nascendo nas lavouras de soja porque o herbicida usado para evitar o aparecimento da cultura após a colheita não funcionou adequadamente. ‘’De maneira geral, o produtor aplicou o randap ou o glifosato e ele esperava que controlaria e não controlou, mas era para controlar; o produto não foi eficiente e este está sendo o grande problema’’, afirma. 

O produtor que estiver com o milho ainda pequeno nas lavouras de soja pode aplicar outro produto para acabar com o planta indesejada, mas se o milho estiver um pouco maior, o pesquisador da Embrapa diz que o único jeito é arrancar o milho ‘’na enxada’’. 

Já o engenheiro agrônomo Valdir Lourenço, do núcleo regional da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), em Cornélio Procópio, diz que o mais provável é que o aparecimento do milho ‘’tiguera’’, que sobrou da safra anterior, se deva à má regulagem das colheitadeiras ou a ventos fortes que espalharam grãos de milho na hora da colheita. 

Lourenço não considera que este seja um problema grave ou fora do comum. Ele acredita, inclusive, que o produtor tenha deixado o milho crescer de propósito para depois fazer uma aplicação de glifosato, que eliminaria de uma só vez o milho e as ervas daninhas que estão nas lavouras de soja.
Eli Araujo
Reportagem local
 FOLHA NORTE PIONEIRO

Nenhum comentário

UA-102978914-2