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Santa Mariana reativa hospital municipal

Prefeitura adotou um novo modelo de gestão para administrar instituição, que funcionava de maneira precária há mais de cinco anos
Fotos: Saulo Ohara
Pacientes deixaram de buscar atendimento em outras cidades; ambulâncias municipais chegavam a percorrer até 800 quilômetros por dia para transportar doentes
Diretor-clínico Glauber Gabim avalia que mais de 90% dos casos serão atendidos no hospital; somente os de média e alta complexidade serão remanejados para outras cidades
Santa Mariana - O Hospital Municipal de Santa Mariana (Santa Alice) está funcionando com um novo modelo de gestão. A prefeitura contratou uma empresa, em caráter emergencial, para reativar o hospital que vinha funcionando de maneira precária há cinco anos. A empresa foi contratada no sistema de concessão de uso, um modelo que não se caracteriza como terceirização. Neste formato, a empresa recebe pela prestação dos serviços ao município, e fica responsável por toda a administração do empreendimento. 

A mudança pôde ser notada por quem passou pelo hospital nas últimas semanas, a começar pelo reforma do prédio. As diferenças são verificadas também nos pequenos detalhes. Antes, uma pessoa que precisava de atendimento de urgência teria que passar pela recepção, onde outros pacientes aguardavam atendimento. Hoje, esta pessoa é encaminhada diretamente para uma sala ao lado, especialmente preparada para atender este tipo de caso. 

O novo formato de gestão foi iniciado nos primeiros dias da nova administração, quando o prefeito Jorge Nunes (PMDB), decretou estado de calamidade pública na área de saúde do município. A decisão teve o respaldo do Tribunal de Contas do Estado (TCE), do Conselho Municipal de Saúde e da Câmara de Vereadores. 

O decreto de calamidade pública permitiu que a empresa fosse contratada por um período de 90 dias, que foram prorrogados por mais 90, conforme permitido por lei. A empresa ficou responsável pela implantação das mudanças. Agora, está aberta a licitação para que uma empresa preste o serviço por um período de 10 anos. 

Custos menores
A prefeitura está custeando sozinha todas as despesas com o hospital, sem contar com repasses do governo estadual ou do Sistema Único de Saúde (SUS). O custo mensal fixado no contrato emergencial é de R$ 137 mil. O prefeito calcula que o município vai gastar menos com o novo sistema do que na forma como o hospital funcionava anteriormente. 

Segundo ele, na administração anterior o hospital mantinha 26 funcionários praticamente sem atividade, o que estourava o limite de pagamento de pessoal previsto em lei; mantinha médicos de plantão apenas para encaminhamento para outros hospitais da região e as ambulâncias percorriam entre 600 a 800 quilômetros por dia para transportar doentes. 

Para Nunes, o mais importante no novo formato é que o hospital terá condições de atender toda a população da cidade, sem qualquer tipo de distinção. ''A universalidade na saúde está acontecendo em Santa Mariana; hoje, quando a pessoa vai até o hospital, não importa se tem condições ou não, ela será atendida'', afirma. 

Estrutura
O médico Glauber Gabim, diretor-clínico do hospital, diz que agora mais de 90% dos casos são atendidos no próprio hospital, como as pequenas cirurgias e os casos de urgência e emergência. ''O transporte diário de pacientes, com idas e vindas para outras cidades, gera um ônus incalculável em relação à comodidade do paciente, que hoje é atendido em sua própria cidade'', justifica. 

Segundo ele, o hospital tem um novo pronto-socorro, enfermarias feminina e masculina, centro cirúrgico, raio-X, fisioterapia e realiza exames laboratoriais que antes eram feitos em outras cidades, além de ambulatório de nutrição. Somente os casos de média e alta complexidade serão remanejados para a Santa Casa de Cornélio Procópio e Hospital João de Freitas, em Arapongas. 

Gabim diz que não tem dúvidas de que hoje o hospital de Santa Mariana está entre os mais bem instalados do Norte Pioneiro. Ele acrescenta que o hospital está tomando todos os cuidados com limpeza para alcançar o índice zero em termos de infecção hospitalar. ''Ouso dizer que nós apenas começamos e já temos um dos melhores serviços da região, contando apenas com recursos próprios do município'', afirma. 

FONTE - FOLHA DE LONDRINA - CADERNO NORTE PIONEIRO

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