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Patrulhas antecedem fiscalização pró-piracema

Polícia ambiental vai dobrar efetivo nas blitze no período de defeso, que começa na sexta-feira e vai até fevereiro
Flávio da Silva diz que algumas espécies já são difíceis de encontrar; como exemplo ele cita o pintado
Fotos: César Augusto
"Acredito que os profissionais estão mais conscientes. O problema são os pescadores de fim de semana, que não estão muito preocupados em cumprir a lei", compara Marli Raquel (à esq.)
Sertanópolis - O eletricista Flávio Bueno da Silva, de 57 anos, está preocupado. Habituado a pescar na parte represada do Tibagi, em Sertanópolis (Região Metropolitana de Londrina), ele conta que algumas espécies estão desaparecendo daquele trecho do rio. "O pintado, por exemplo, desapareceu", lamenta. O pescador amador acredita que o desrespeito à legislação que protege a ictiofauna no período de reprodução das espécies é o motivo da dificuldade cada vez maior de se fazer uma boa pescaria de fim de semana. "Infelizmente, tem gente que abusa. Deixam redes espalhadas por todos os lados", afirmou.

Silva diz que faz parte de uma minoria entre quem tem a pesca como a atividade de lazer preferida mas que apoia o rigor na fiscalização. "Tem que ficar de olho nas bocas do rios pequenos. Tem muita rede instalada nestes locais", sugere.

Ontem à tarde, ele tava satisfeito com a pesca derradeira antes do defeso. Em algumas horas, capturou 10 corvinas, espécie que está fora da proteção por ser considerada exótica na região. No grupo dos "liberados, estão também a tilápia, o tucunaré, a carpa e o bagre africano.

As equipes da 2ª Companhia da Polícia Ambiental, sediada em Londrina, estão percorrendo os rios da região desde sexta-feira, na chamada Operação Piracema. O período de restrição da pesca, conhecido como defeso, começa na sexta-feira e acaba somente no fim de fevereiro. São três grupos de policiais que tem a tarefa de verificar o material utilizado na captura e o tamanho dos exemplares. Quem transgredir as regras, pode pagar multa de, no mínimo, R$ 700, sem contar os acréscimos por volume de peixe apreendido e por material utilizado. Na reincidência, o valor pode triplicar.

Conforme o sargento Reinaldo Vasconcelos dos Anjos, o efetivo já sabe os pontos críticos, que se espalham, além do Tibagi, principalmente pelo Paranapanema e pelo rio das Cinzas. A partir de sexta-feira, o efetivo que fiscaliza a área será dobrado.

Marli Raquel mora no distrito de Taquara do Reino, no município de Ibiporã, e faz parte de uma família de pescadores profissionais, que inclui o irmão, a filha e o cunhado. Eles ficam acampados dias na margem da represa para viver da venda de mandis, piabas, cascudos, barbados e corvinas. Ultimamente, as reclamações sobre a quantidade de peixe obtida nas longas jornadas sobre o barco tem se tornado mais frequentes. "Acredito que os profissionais estão mais conscientes. O problema são os pescadores de final de semana, que enchem o rio nessa época mais quente e que não estão muito preocupados em cumprir a lei", compara Marli. Nos meses em que não podem pescar (exceto as espécies exóticas), quem vive da pesca recebe um seguro-desemprego do governo federal.

O sargento Reinaldo lembra que a mobilização da Polícia Ambiental durante o período de reprodução dos peixes acaba redundando em outras autuações. "Em alguns casos conseguimos realizar flagrantes de desmatamento", ressalta. "Além disso, no verão, o número de pessoas que saem para caçar aumenta muito e nos deparamos com vários flagrantes, principalmente do abate da capivara", lembra. A polícia também destaca que as blitze são feitas nas estradas da região.

A Polícia Ambiental conta com as denúncias anônimas para surpreender os transgressores. As informações podem ser passadas diretamente à companhia, no telefone (43) 3341-7733
Lúcio Flávio Moura
Reportagem Local-folha de londrina
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